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Paraguai registra foco de aftosa em comunidade indígena

O serviço sanitário do Paraguai informou no sábado (12) que detectou um foco de febre aftosa em uma comunidade indígena que fica 800 quilômetros a noroeste de Assunção, na fronteira com Argentina e Bolívia. O diretor do Serviço Nacional de Saúde Animal do Paraguai, Gerardo Bogado, disse que os veterinários do órgão já estão tratando de conter o surto.

“Trata-se de uma colônia indígena com uma população de 95 animais bovinos, localizada a três quilômetros da fronteira com a Argentina e a sete da fronteira com a Bolívia”, afirmou.

A comunidade fica no município de Pozo Hondo, no Departamento de Boquerón, uma região pouco povoada no Chaco paraguaio. O Serviço de Saúde Animal disse que 13 das 95 cabeças de gado estão contaminadas com o vírus da aftosa.

A Argentina, que recentemente obteve o certificado de eliminação da aftosa, reforçou os controles na fronteira com Paraguai e Bolívia. Bogado afirmou que o Paraguai pôs em funcionamento o sistema nacional de emergência sanitária na região atingida e que os animais infectados serão abatidos nos próximos dias.

O Paraguai, que tem cerca de nove milhões de cabeças de gado, suspendeu grande parte de suas exportações de carne no final de 2002 por causa de um surto de aftosa em uma fazenda a noroeste de Assunção. Por não ter saída para o mar, o Paraguai depende muito de seus vizinhos para o comércio internacional. O país vacinou seu rebanho este ano na tentativa de recuperar o certificado de erradicação da aftosa.

A comunidade indígena onde o surto foi verificado é semi-nômade e, por isso, é possível que o gado não esteja vacinado. A carne é o terceiro produto de exportação do Paraguai, depois da soja e do algodão.

Com isso a Argentina, que acaba de ter seu status de livre de aftosa com vacinação ratificado pela Organização Internacional de Epizootia (OIE), decidiu pela vacinação imediata da totalidade de animais susceptíveis que se encontram em um raio de 25 km da fronteira, vacinados a mais de 60 dias. A área de vacinação compreenderá as localidades de Salvador Mazza (Salta), até Pozo de Mazza (Formoza). Cerca de 15 mil doses de vacinas já foram enviadas para realização da imunização, enfatizaram os técnicos.

O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Ruy Vargas, afirmou desconhecer qualquer nota oficial do Paraguai. Mas adiantou que, assim que isso ocorrer, o governo brasileiro tomará todas as providências para que os focos não cheguem ao País. As primeiras medidas seriam suspender o comércio de animais, produtos e subprodutos de carne. As fronteiras com o país vizinho seriam reforçadas imediatamente. “Não podemos correr risco algum. Estamos há dois anos sem registrar qualquer foco da enfermidade”.

Fonte: Clic RBS/Agrol, Rural Business e Zero Hora/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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