A carne bovina está de volta. Outrora estrela da agropecuária argentina, o setor vinha perdendo terreno por causa do surto de febre aftosa, que prejudicou as exportações, e da crise econômica que afetou o consumo.
Muitos pecuaristas venderam seu gado e passaram a cultivar soja. Mas a tendência se inverteu novamente, por causa da desvalorização da soja e do aumento dos preços da carne. “A alta do custo de produção da soja tornou a pecuária mais lucrativa”, disseram representantes do setor.
Porém, nem todos estão convencidos de que o gado expulsará a soja dos campos argentinos. “Diria que está certo e errado afirmar que a carne é mais lucrativa do que a soja”, afirmou Ernesto Ambrosetti, da Sociedade Rural da Argentina.
“Depende do tipo de carne e da eficiência na produção. A soja pode ser mais competitiva do que a carne em algumas áreas”, acrescentou Ambrosetti. Para ele, o aumento dos preços da carne recomenda uma boa avaliação sobre o uso da terra.
“Os produtores devem usar de modo mais eficiente a área já destinada à pecuária e não necessariamente suspender o plantio de soja. Não há conflito entre a soja e a carne”, orienta. Os preços locais da soja caíram por causa da redução da demanda da China, que no ano passado adquiriu cerca de dois terços das exportações de soja argentina.
A alta dos preços do petróleo elevou os custos dos embarques de todas as exportações de grãos. A maior parte da carne argentina é consumida no país e portanto é menos afetada pela alta dos custos do transporte.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint