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Pecuária terá expansão e margens positivas, projeta MFG

Os últimos dois anos foram de margens negativas para pecuaristas e confinadores brasileiros. No entanto, a constante elevação do preço da arroba e dos animais de reposição marcam uma mudança de ciclo. Assim, a MFG Agropecuária, maior grupo de confinamento do país, projeta um cenário de expansão e margens positivas para 2025 e 2026.

“A gente já pode dizer que 2024 foi um ano de ajuste positivo. Tivemos uma pecuária melhor, com margens melhores para o investidor, que é o pecuarista, para o confinamento e para a indústria. […] Mesmo que o custo de produção tenha subido um pouco, o boi subiu também nos últimos dias e está equalizando e conseguindo formar uma condição de preço melhor”, explica Vagner Lopes, gerente geral das operações dos confinamentos da MFG Agropecuária.

Para ilustrar a valorização recente, o preço da arroba do boi gordo no estado de São Paulo alcançou valor médio de R$ 352,00 nesta semana, segundo o indicador Cepea. O montante é 10,48% superior à média de negociação do início de novembro (R$ 320,55) e 34,6% no acumulado do ano.

Mesmo cenário para a reposição. No indicador Cepea, base Mato Grosso do Sul, o bezerro atingiu R$ 2.683,92 por cabeça na terça-feira, 26. A variação diária ficou em 0,71% e a mensal, 11,41%. Este ano ano, a alta chega a 28,6%

Ao Agro Estadão, o gerente da MFG Agropecuária detalha que o quadro é consequência do aumento do abate de fêmeas. “Devemos ter pela frente um desafio na reposição, o que vai aquecer o preço do mercado do bezerro. Então, vai ser bom para o pecuarista que faz a cria, porque vai ter uma procura muito grande para o animal para o ano que vem”, destaca Lopes.

A companhia projeta encerrar este ano com 300 mil cabeças abatidas — volume superior ao registrado em 2023, que foi de 270 mil animais. Para 2025, a projeção está em torno de 330 mil abates.

Custo do confinamento

A relação do custo de produção e rentabilidade é um ponto a se analisar no sistema de confinamento. Atualmente, a MFG Agropecuária trabalha com duas modalidades de negócios para confinamento: por diária e por arroba produzida.

No modelo de diária, o custo médio para manter um animal no confinamento por 100 dias gira em torno de R$ 15 por dia — R$ 1.500 no período. Esse valor cobre os serviços de alimentação, protocolo sanitário, vacinas e rastreabilidade do animal. “A gente direciona para a indústria frigorífica, com algumas ferramentas de trava, de proteção de preço. Ele [o pecuarista] sabe quanto vai gastar para engordar o animal no confinamento”, esclarece Vagner.

Já no modelo de arroba, o pecuarista paga cerca de R$ 200 por cada arroba produzida dentro do confinamento. “Quando a gente fala de atratividade, estou gastando R$ 200 para produzir uma arroba e estou vendendo essa arroba por R$ 330. Então são 130 reais de margem entre o meu custo e a minha venda”, destaca o gerente da MFG Agropecuária, ao comentar que antes da pandemia essa margem girava em torno de R$ 50 por arroba. 

Outra questão importante no confinamento é o preço do milho, principal insumo na composição da ração animal, com misturas que variam entre 40% a 60% da dieta do animal a depender da região. 

Hoje, diante do aumento da produção de etanol à base de milho, há expectativa de elevação dos processos do grão. Neste contexto, os subprodutos, como o DDG (grãos destilados secos) e o WDG (grãos destilados úmidos) aparecem como alternativa para equilibrar o custo no confinamento. 

“Se entra uma usina que está fazendo etanol de milho, ela vai competir com os confinamentos, com as fábricas de ração, mas sobra os subprodutos, que é o DDG, que é o WDG, que vem do milho”, diz Lopes. Segundo ele, mesmo sem conseguir substituir 100% do milho, as alternativas contribuem para equilibrar a dieta animal e alcançar um bom custo ao confinador. 

Fonte: Estadão.

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