Antes de a decisão do abate de 2.212 animais da fazenda Cachoeira, sob suspeita de estarem infectados com vírus da febre aftosa, ser oficializada hoje entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o governo do Paraná, o pecuarista André Müller Carioba já tem pronta contestação judicial.
O impasse sobre a existência ou não de febre aftosa no Paraná, que se arrasta desde o dia 4 de outubro, deixa a área técnica e entra na esfera jurídica.
O advogado Ricardo Jorge Rocha Pereira disse ontem que a contestação está pronta e irá seguir o mesmo argumento usado para suspender na Justiça Federal o abate de animais da fazenda Bonanza, em Eldorado (MS). “O Ministério da Agricultura usa equivocadamente um enquadramento jurídico para determinar foco, contrariando as normas da OIE (Organização Mundial para a Saúde Animal). Eles não levam em conta o fato de animais em áreas livres com vacinação serem reagentes, o chamado falso positivo, porque a vacina inocula o vírus no animal. Ao determinar a existência de foco no Paraná, o ministério fez a notificação como se o estado fosse área livre sem vacinação”, disse.
Em Mato Grosso do Sul, Pereira conseguiu suspender o abate de gado na fazenda Bonanza, de propriedade de José Moacir Turquino, que levou animais para um leilão em 4 de outubro em Londrina (PR). Das 2.212 cabeças do confinamento de Carioba na fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, 209 animais foram comprados no leilão organizado por Turquino.
Contaminação
Outra preocupação é com a possível contaminação dos lençóis freáticos da fazenda Cachoeira em caso de ter que enterrar 2.212 animais na propriedade, que é utilizada em sua maior parte em lavouras comerciais.
Fonte: Folha de S.Paulo/Agrofolha (por José Maschio), adaptado por Equipe BeefPoint