O Estado de São Paulo apresentou queda na participação do Produto Interno Bruto (PIB) durante a década de 90. Dados das Contas Regionais de 1999 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a participação do Estado no PIB nacional apresentou retração de 5,6% entre 1990 e 1999. A participação paulista passou de 37,02% para 34,95% no período.
Estima-se que essa queda representa aproximadamente R$20 bilhões que deixaram de ser gerados no Estado anualmente. A principal responsável por esse desempenho foi a indústria de transformação, que segundo o IBGE, apresentou queda de 30,3% na sua participação do PIB estadual.
Segundo o Departamento de Contas Nacionais do IBGE, isso se deve a inflação descontrolada da década de 80, que provocou um encolhimento das empresas. Além disso, muitas fábricas paulistas se transferiram para outros estados.
Enquanto isso, a participação da administração pública no PIB do Estado saltou de 9,75% para 12,13% entre 1990 e 1999. Segundo o próprio IBGE, o aumento da participação da administração pública se deve ao regime jurídico único, que modificou as regras trabalhistas do serviço público e a concentração das atividades dos governos federais, estaduais e municipais. Outro setor que apresentou aumento na participação do PIB foi o das atividades imobiliárias, que passou de 7,43% para 17,77% no mesmo período, que foram favorecidas pelos preços dos aluguéis, que subiram 600 pontos percentuais acima da média da inflação do período.
Vale ressaltar, que apesar do desempenho inferior, em 1999 São Paulo era dono de 46,84% do PIB da movimentação financeira do país, 20,79% do PIB agrícola e 41,79% do PIB industrial nacional. Bem distante da realidade paulista, o Maranhão é dono do menor PIB per capita do país, R$1.402, e participa com somente 0,81% do PIB nacional. O melhor desempenho no PIB per capita pertence ao Distrito Federal, com R$10.935. O Departamento de Contas Nacionais do IBGE explica que isso se deve a concentração da atividade econômica do governo federal e das instituições financeiras estatais, além da população relativamente pequena.
Quando se analisa por região, a Sudeste responde pelo maior valor, R$7.483, sendo que o Estado com maior PIB per capita da região é São Paulo, R$9.210. O pior desempenho pertence a região Nordeste, com R$2.671 de PIB per capita.