Daniel Boer encontra picanha USDA prime nas gôndolas dos varejo nos Estados Unidos, Roberto Barcellos e Professor Pedro de Felício comentam sobre o produto. Confira!
Olha os gringos “abrasileirando” achei na gôndola picanha USDA Prime. Pelo menos pra mim é novidade no USA pic.twitter.com/eXUg146Wtp
— Daniel Boer (@BoerDboer) 26 novembro 2013
Segundo Roberto Barcellos, engenheiro agrônomo e responsável pela marca Beef&Veal, esta foto mostra coisas interessantes, pois, segundo ele, podemos observar a venda de carne prime no varejo, o que contradiz aqueles que dizem que não se pode vender qualidade no varejo não especializado. A imagem mostra venda de carne prime na rede Costco (com marca própria Kirkland), que é um atacadão.
Roberto ressalta que o preço está alinhado com os preços de São Paulo, ou seja, aproximadamente, R$70,00/kg. Além de que o varejo também está alinhado com o consumidor, pois devem ter muitos brasileiros clientes dessa loja, afinal, não é um corte de conhecimento dos consumidores em geral. O produto parece bem congelado, o que é de extrema importância, pois, em produtos de menor liquidez pode-se apelar para o congelamento para aumentar sua vida útil.
Pedro Eduardo de Felício, professor e pesquisador em qualidade de carne, também comenta sobre a picanha USDA Prime: “Eu já tinha ouvido dizer que algumas empresas frigoríficas norte-americanas estariam interessadas em elaborar e agregar valor em cortes cárneos da carcaça bovina como a alcatra, picanha no caso, porque a maminha e o miolo da alcatra são bastante comuns nos EUA. O problema aí é que eles têm que mudar bastante o corte que separa a alcatra do coxão de modo a ficar com um pouco mais do músculo biceps femoris, também chamado de gluteobiceps no “rump cap” ou “top sirloin cap” (picanha) e menos no “botton round” ou “outside round” que é como chamam o coxão duro. Obviamente não é impossível fazer isso, é até muito fácil, complicado mesmo é mudar a rotina dos que já fazem em escala.
Mas alguma demanda existe, a exemplo dos brasileiros que vivem lá e da churrascaria Fogo de Chão, que está em várias metrópoles como San Antonio, Tx, e Denver, Co. O próprio consumidor americano poderá adquirir o hábito de consumir esse corte bastante macio de taurino engordado com ração, mas penso que terá que ser a um preço compensador para que substitua o “rib and loin” (filé de costela e contrafilé lombar), já que o sabor da picanha desse gado, por ser suave demais e talvez não tenha o apelo que tem o mesmo corte do gado de pasto aqui do Brasil.
De qualquer modo, isso tudo me faz lembrar que comemos picanha, maturada, obviamente, porque sem maturar em zebu de pasto é coxão duro – com tanta avidez porque não temos filé de costela e contrafilé suficientemente macios, quem os têm não se entusiasma com picanha. É só ver como os argentinos acham graça nos brasileiros que vão aos restaurantes de Buenos Aires e pedem picanha, deixando passar a oportunidade de conhecer um bom bife ancho.”
Confira algumas entrevistas publicadas recentemente no BeefPoint cujo tema é Marcas de Carnes e Carne de Qualidade:
Quem manda no negócio é o consumidor disposto a pagar mais por carne diferenciada – Fernando Velloso
Henrique Freitas: ouça seu cliente e entenda o que ele precisa [Workshop BeefPoint Marcas de Carne]
Fonte: Twitter, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.