Funcionários do Ministério da Agricultura informaram ontem, extra-oficialmente, que exames comprovaram a existência de febre aftosa no Paraná. No entanto, até o início da noite, a informação não havia sido confirmada nem desmentida. A assessoria de imprensa do ministério disse que hoje, até o meio-dia, o resultado de exames que comprovarão ou não focos de febre aftosa no Paraná será divulgado.
Questionado a respeito, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, mostrou-se irritado e não respondeu.
Desde 21 de outubro, o ministério investiga a possibilidade de foco em quatro municípios paranaenses. São eles: Grandes Rios, Luanda, Maringá Amaporã. Os rebanhos de fazendas localizadas nesses municípios fizeram contato com gado de Eldorado, em Mato Grosso do Sul. Naquele município, foi registrado o primeiro foco de febre aftosa de 2005.
No Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carne do Paraná), informações de que o ministério já havia definido pela confirmação dos casos da doença começaram a chegar na quinta-feira. “Soubemos de empresas exportadoras de fora do Paraná que já estava tudo certo para anunciar a confirmação da aftosa no estado e que isso seria feito ainda na quinta”, disse o economista do sindicato, Gustavo Fanaya. “Não há exame que comprove a doença. Se for confirmado, será sem exame, uma situação inédita”.
Segundo apurou o jornal Valor Econômico, o diagnóstico a ser divulgado hoje deve se basear nos sintomas clínicos da doença e não em novos testes realizados após os primeiros exames feitos pelo Lanagro.
Para Fanaya, a movimentação dos últimos dias tem relação com à reunião do comitê técnico sanitário da União Européia, marcada para o dia 8. Teme-se que a UE decida reforçar o embargo ao Brasil, hoje restrito ao Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. “O governo brasileiro está com a lâmina no pescoço. Há séria chance, em função das indefinições, de eles decidirem não comprar mais carne brasileira”.
A confirmação deve levar ao bloqueio de propriedades ao longo de 25 quilômetros dos locais contaminados, o que comprometeria o comércio de 2 milhões de cabeças de gado.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Fabíola Salvador) e Valor (por Alda do Amaral Rocha e Marli Lima), adaptado por Equipe BeefPoint
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Para onde a incompetência dos governos federal e estaduais (SP, PR, MS) está levando a nossa pecuária?
As lideranças do setor precisam se manifestar!