A arroba bovina segue em queda na maior parte do país, pressionada pelo alto volume de gado disponível para abate. Em consequência, o valor dos animais de reposição, como o bezerro e o boi magro, também recua.
Das 23 regiões onde há produção pecuária mensuradas pela Scot Consultoria, somente uma mostrou alta para o fechamento da arroba nesta sexta-feira (17/5) e duas tinham preços estáveis. Nas 20 “praças” restantes a cotação do indicador do boi gordo da Scot caiu.
Em São Paulo, o índice terminou em R$ 226,22 por arroba, redução de 0,21% no comparativo diário.
A pressão nas cotações deixa os pecuaristas menos capitalizados e a demanda por animais de reposição diminui.
Mariana Guimarães, analista da Scot, ressaltou em relatório que nesta semana, em São Paulo, apenas o bezerro de 12 meses teve incremento em seu preço, com alta de 0,6%, enquanto para todas as demais categorias de reposição houve retração no valor.
O bezerro de desmama teve baixa de 3,9%, o preço do garrote caiu 1,1% e do boi magro recuou 0,7%.
Na mesma linha, o indicador do bezerro Esalq/B3 caiu 0,61% ontem (17/5), para R$ 2.054,32 por cabeça.
“Com sinais de baixa no mercado do boi gordo, o setor de reposição não escapou muito dessa dinâmica. Com a pressão sobre os pecuaristas para o escoamento do gado em pasto, devido à diminuição da vitalidade das pastagens, em decorrência da falta de chuvas em grande parte do Brasil Central, a oferta de bovinos magros para a reposição continua em bom patamar”, afirmou a especialista. Ou seja, a pressão sobre os preços do bezerro e boi magro está relacionada à demanda.
Para o curto prazo, a continuidade de condições climáticas desfavoráveis aos pastos deve manter elevada a oferta de gado gordo para os frigoríficos, e a queda nas cotações da arroba, “podendo também refletir nos preços no mercado de reposição”, acrescentou.
Fonte: Globo Rural.