O preço do boi gordo no mercado futuro sinaliza alta, com os principais contratos na B3 acima de R$ 230 por arroba. Na segunda-feira, o vencimento de março subiu 1,81%, fechando a R$ 233,85. Situação bem diferente do mercado físico, que, neste momento, segue pressionado pela indústria, enquanto o pecuarista tenta resistir às ofertas de preços mais baixos pelo animal pronto para abate.
Segundo a consultoria Agrifatto, o mercado físico está em clima de “queda de braço” cada vez mais intensa entre o criador de gado e o frigorífico. Diante da recusa de preços mais baixos por parte dos pecuaristas, houve estabilidade na maioria das praças de comercialização do país.
O Pará, no entanto, está entre as que registrou alta do boi gordo. Tempestades e enchentes dificultam o transporte dos animais das fazendas aos abatedouros. Neste cenário, a segunda-feira foi de valorização de 1,4% em uma semana, com a arroba precificada, em média, a R$ 209,50.
Levantamento da Scot Consultoria aponta arroba a R$ 228 à vista em Araçatuba (SP); R$ 223 no norte de Minas Gerais; R$ 232,50 em Dourados (MS) e R$ 203 em Mato Grosso.
O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), acumula queda de 0,66% na parcial do mês até a segunda-feira (11/3), quando a cotação foi de R$ 233,85 por arroba, base São Paulo.
Em relatório de mercado divulgado no fim de fevereiro, a consultoria de agronegócios do ItaúBBA avalia que a tendência para o mês de março ainda é de um mercado físico de boi gordo sob pressão. Segundo os analistas, a oferta de gado terminado, especialmente fêmeas, deve se manter em patamares elevados no curto prazo.
“Além da questão estrutural do ciclo pecuário na fase de descartes de fêmeas, que deve continuar marcante neste ano, março é, geralmente, um mês de maior concentração dos descartes das vacas que não emprenharam, o que pode continuar pesando sobre os preços do boi gordo”, diz o relatório.
No boletim, a Agrifatto destaca que o mês de março começou com um bom ritmo de exportações. Nos primeiros seis dias uteis, os embarques somaram 50,61 mil toneladas.
“Ainda que esse resultado seja um recorde para uma primeira semana de março, vale ficar atento ao andamento dos embarques nas semanas vindouras, já que, historicamente, o desempenho o final do mês é pior”, diz a consultoria.
Fonte: Globo Rural.