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25 de fevereiro de 2009
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27 de fevereiro de 2009

Preço futuro pouco atrativo desestimula confinadores

Com os contratos de boi gordo na BM&FBovespa sendo negociados a valores pouco atrativos e as dificuldades para adquirir a reposição (pouca oferta e preço alto), confinadores de mostram desestimulados em 2009. A Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) já fala em queda de 20% no confinamento, que no ano passado atingiu 549 mil cabeças (entre seus 50 associados). Para Juan Lebrón, diretor da Assocon, esse quadro de desestímulo pode levar a uma alta do boi gordo, mas pode ser tarde para que o confinador coloque animais no cocho.

De um lado a oferta de animais magros é reduzida e seus preços seguem elevados, do outro os preços do boi gordo no mercado futuro não estimulam os confinadores do país. Nos meses considerados de entressafra, agosto e outubro, a arroba do boi gordo está cotada a R$ 79,80 e R$ 81,13, respectivamente, na BM&FBovespa, não muito distante dos níveis atuais no mercado físico, tornando difícil a decisão de confinar ou não em 2009.

Tanto o boi magro quanto o gordo já estiveram em níveis mais altos do que estão hoje no mercado físico. Mas na comparação entre fevereiro deste ano e o mesmo período de 2008 – mês em que ocorrem as decisões de confinamento – , os preços do boi magro subiram num ritmo mais forte do que o do animal pronto.

Levando em conta apenas o mercado de São Paulo, o boi magro (animal de 11 a 12 arrobas) saiu de uma média de R$ 780 para R$ 887 a cabeça, aumento de 13,7% na mesma comparação, enquanto a arroba do boi gordo subiu 10,7%, para R$ 83,04, em média.

“Com o atual preço do boi magro e o preço do boi gordo em outubro, a conta não fecha”, afirma Octávio Pereira Lima, gerente administrativo da Damha Pecuária, confinamento de bovinos em Pereira Barreto (SP).

Diante da dificuldade de compra do animal magro – reflexo ainda do forte abate de matrizes – e de preços pouco atrativos no mercado futuro, a Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) já fala em queda de 20% no confinamento, que no ano passado atingiu 549 mil cabeças (entre seus 50 associados). Para Juan Lebrón, diretor da Assocon, esse quadro de desestímulo pode levar a uma alta do boi gordo, mas pode ser tarde para que o confinador coloque animais no cocho.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada pelo jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. AMAURI ANTONIO DE MENDONÇA disse:

    Nós pecuaristas ainda não caímos na realidade, é loucura pagar aqui no estado de São Paulo mais que R$ 700,00 por um garrote de 11 a 12 @ (animal para cocho). Valor superior a esse torna o confinamento inviável, quem quiser acima desse valor que termine seu boi e depois vá enfrentar as dificuldades e riscos de vendas. Pessoal muito juízo! vamos segurar esses preços ou deixamos o confinamento para 2010 ou 2011.

  2. Alexsandro Mendonça disse:

    O mercado ainda vai oscilar muito, mas diante da situação que se encontra é hora dos insumos abaixarem mais, pois o mercado se encontra em baixa. Os contratos devem ser analisados pois há momentos que hora é bom fechar antes, hora melhor esperar.