A combinação entre os preços altos do boi gordo e a queda das cotações dos grãos usados na alimentação deve ampliar as margens dos pecuaristas que utilizam o sistema intensivo de engorda de bovinos e elevar o número de animais criados nesse sistema em 2015, de acordo com o gerente-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Bruno Andrade.
Depois de dois anos de queda no número de animais confinados, devido às dificuldades impostas pelos elevados custos na aquisição de grãos e do boi magro, a atividade voltou a crescer em 2014. O número de bovinos confinados no Brasil totalizou 4,1 milhões de cabeças no ano passado, crescimento de 4% ante 2013. Para este ano, Andrade ainda não tem uma projeção, mas avalia que a atual conjuntura vai estimular os confinadores.
Para ele, a atual escassez de chuvas em Goiás e São Paulo é outro fator que vai impulsionar a atividade pois afeta as pastagens que alimentam os animais. Goiás lidera o ranking dos Estados confinadores do país, com a criação de cerca de 1 milhão de animais em 2014. São Paulo é o terceiro principal Estado na atividade.
Há três anos, o número de animais confinados no país corresponde a uma fatia de 10% dos bovinos abatidos por ano, mas a engorda intensiva deve ganhar mais representatividade na próxima década. Com áreas de pastagens cada vez mais ameaçadas pela agricultura e necessidade de ampliar a produção de carne bovina para atender a demanda externa crescente, o Brasil terá de investir em produtividade, e o confinamento é uma das principais ferramentas para isso, diz.
A participação relativa dos bovinos oriundos de confinamentos nos abates avançou no país, passando de 5% há cinco anos para 10% nos últimos três anos. Nos próximos anos, a tendência é que a participação dos confinamentos se intensifique.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.