Pelo segundo ano consecutivo o produtor rural não pôde apostar na entressafra como o período de ganhos. Até o momento, os preços do boi gordo têm se mantido estáveis, em níveis semelhantes aos da safra e, para o mercado futuro, os valores continuam os mesmos. O normal seria, na entressafra, os preços subirem até 20%. Em maio, quando a seca se iniciava, os valores eram de R$ 41 a arroba. Hoje, são R$ 43 a arroba.
Segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, há dois anos, a arroba do boi comercializada em maio estava a R$ 30,36, chegando a R$ 38,99 em outubro, o que denota um acréscimo de 28,4%.
Esta não variação do preço da arroba do boi entre a safra e a entressafra pode ser explicada por diversos fatores. Segundo analistas de mercado, há maior oferta de gado, o produtor aprendeu a escalonar o rebanho de tal forma a não diminuir a quantidade de boi para abate e, além disso, o consumo diminuiu.
Segundo Antenor Nogueira, presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o consumo per capita caiu 2 quilos. Na avaliação dele, como o produtor aprendeu a engordar na entressafra, utilizando tecnologias, como sais proteinados e rações para semi-confinamento, a tendência é que cada vez mais a entressafra acabe. Nogueira salienta ainda que o abate de matrizes também diminuiu, passando de 30% para 13%, o que significa mais animais em reprodução e mais bezerros disponíveis.