Atacado – 29/08/07
29 de agosto de 2007
Arroba segue com preços estáveis na maioria das praças
31 de agosto de 2007

Pressão continua, frigoríficos aguardam boi a termo e aumento da oferta

O mercado do boi gordo teve uma semana de baixa, com o indicador Esalq/BM&F à vista cotado a R$ 63,97/@, recuo de R$ 0,59 em relação a quarta-feira passada (22/08). O indicador a prazo também recuou (0,86%), sendo cotado a R$ 64,73/@. No mercado físico, as escalas pouco evoluíram, em São Paulo a média é de 4 dias. Os frigoríficos que fizeram contratos de boi a termo estão mais tranqüilos e informam que já possuem escalas praticamente cheias para os próximos meses, mas em muitas regiões só se abate meia capacidade e existem indústrias que estão trabalhando em dias alternados para compensar a pouca oferta.

O mercado do boi gordo teve uma semana de baixa, com o indicador Esalq/BM&F à vista cotado a R$ 63,97/@, recuo de R$ 0,59 em relação a quarta-feira passada (22/08). O indicador a prazo também recuou (0,86%), sendo cotado a R$ 64,73/@. Com a baixa do indicador de boi gordo e a valorização de 0,70% do indicador de bezerro no MS, cotado a R$ 457,74/cabeça, ocorreu retração na relação de troca, que hoje está em 1:2,31.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo


No mercado físico, as escalas pouco evoluíram. Em São Paulo a média é de 4 dias, mesmo assim muitos frigoríficos continuam ofertando preços baixos aos produtores, tentando segurar possíveis altas. Do outro lado, o produtor está negociando bastante, na tentativa de algum diferencial sobre preço de balcão.

Os frigoríficos que fizeram contratos de boi a termo afirmam que estão mais tranqüilos e informam que possuem escalas praticamente cheias para os próximos meses. Por outro lado, em muitas regiões só se abate meia capacidade e existem indústrias que estão trabalhando em dias alternados para compensar a pouca oferta.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 22/08/2007


O mercado de reposição segue bastante agitado em todas as regiões levantadas pelo BeefPoint. Mesmo com a forte seca que atinge as principais regiões pecuárias do país, a procura por gado magro continua alta, ao contrário da oferta que se encontra reduzida. Essa situação faz com que os preços permaneçam firmes e cresçam as expectativas de altas nas próximas semanas.

No mercado futuro, a quarta-feira fechou com baixa em todos os vencimentos, com agosto/07 fechando a R$ 64,00/@ (-R$ 0,24). Setembro/07 foi o vencimento que apresentou maior variação, -R$ 1,01, fechando a R$ 61,74/@, com 2.546 contratos negociados e 9.177 contratos em aberto. Os contratos com vencimento para outubro/07 fecharam a R$ 61,62/@, recuo de R$ 0,78, com 2.507 contratos negociados e 29.713 contratos em aberto.

Com as pressões que vem ocorrendo sobre os preços do mercado físico, o mercado futuro teve uma semana bastante agitada, alternando altas e baixas. Na variação semanal agosto/07 teve alta de R$ 0,34, setembro/07 recuou R$ 0,45 e outubro teve valorização R$ 0,17.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 22/08/07 e 29/08/07


Clique no gráfico para ampliá-lo.

Na terça-feira (28), os fiscais federais, que exigem reajuste salarial de 45%, retomaram a greve. Os fiscais alegam que o não cumprimento dos acordos firmados com a categoria confirma o descaso com que o governo federal trata a segurança alimentar, a defesa agropecuária nacional e os servidores públicos.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que tomará medidas para que a greve dos fiscais traga o mínimo de prejuízos para o setor produtivo, mas confirma que o governo não pode ficar refém da categoria. Após muita negociação, o governo ofereceu reajuste de 20,3% em três anos a partir de 2008, como última oferta. E diz que chegou ao limite nas negociações.

Essa semana foi divulgado que a União Européia adiantará o envio de uma missão ao Brasil em um mês. Os técnicos chegarão em outubro para fazer uma rigorosa inspeção. Mas a decisão sobre um possível embargo continua marcada para dezembro.

Mesmo com a declaração do comissário europeu de saúde e proteção do consumidor da UE, Markos Kyprianou, que assumiu “total responsabilidade” sobre a importação da carne do Brasil, reforçando que as decisões são baseadas em “saúde pública”, não em “considerações comerciais ou econômicas”. O ombudsman da União Européia aceitou a queixa dos produtores britânicos sobre a segurança da carne bovina brasileira e a má administração da Comissão Européia ao não agir diante de “evidências” de que a importação da carne bovina brasileira pode trazer “risco imediato, real e substancial para a saúde humana e animal”. E pediu explicações para a Comissão Européia, que deverá justificar porque não embargou a carne brasileira.

André Camargo, Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Itallo Amaral disse:

    Acredito muito no potencial do Brasil, e tenho certeza que as grandes crises foram um estímulo para os “verdadeiros pecuaristas”.

  2. Luiz Paulo Piotto disse:

    Prezado André Camargo,

    Parabéns pelo resumo aqui descrito, veja o comentário do ombudsman da U.E., representando os produtores Ingleses, que dizem da má qualidade de nossa carne, esse senhor tem memória curta e talvez tenha se esquecido da doença da “Vaca-Louca” recente no rebanho inglês.

    A Vaca-Louca, esta doença sim traz malefícios para a saúde humana, agora dizer que nossa carne traz “risco imediato, real e substancial para a saúde humana e animal” é querer tapar o sol com a peneira, não vai dar certo.

    Um dia eles irão reconhecer um pouco de nossas qualidades pecuárias. “A qualidade tarda mas não falha”, outra vez parabéns e um abraço.

    Luiz Piotto