Os agricultores paulistas deverão ter até o segundo semestre deste ano o inédito programa de seguro de renda. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, firmou uma parceria com o Banco do Brasil para subsidiar parte das operações que serão realizadas via contratos de opção. O volume dos recursos e os moldes do programa ainda estão em discussão, porém a intenção é que contemple culturas como soja, milho e boi.
Os agricultores paulistas deverão ter até o segundo semestre deste ano o inédito programa de seguro de renda. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, firmou uma parceria com o Banco do Brasil para subsidiar parte das operações que serão realizadas via contratos de opção. O volume dos recursos e os moldes do programa ainda estão em discussão, porém a intenção é que contemple culturas como soja, milho e boi.
Dessa maneira, a política de proteção às lavouras do estado, que teve início com o pioneiro projeto do seguro rural em 2004, contará com nova ferramenta para completar o amparo à renda agrícola a partir da próxima safra. Com mais garantias de remuneração, espera-se que o volume de dívidas prorrogadas diminua, favorecendo também a ampliação da área de grãos cultivados no estado.
O Secretário da Agricultura do Estado, João Sampaio, explica que o produtor poderá exercer a opção de venda no momento em que os preços do mercado estiverem em um patamar satisfatório. “O produtor exerce a opção e depois entrega a mercadoria fisicamente. Para viabilizar isso, o prêmio pago pelo contrato será subvencionado”, esclarece.
Ele revela que a intenção inicial é subvencionar 50% do prêmio pago nos contratos para exercer o direito da opção. A expectativa do secretário é que o programa esteja em funcionamento a partir do segundo semestre deste ano. “Assim o produtor terá essa opção na safra 2009/10”, ressaltou.
“Trata-se de uma modalidade de hedge (proteção). A opção é importante porque permite ao produtor determinar o nível de preço que vai receber, mas não impede que ganhe ainda mais se o mercado subir”, avalia Flávio França Júnior, analista da Safras & Mercado.
Representantes dos produtores paulistas destacaram a importância da iniciativa do governo estadual e afirmaram que esse tipo de iniciativa deve chegar para ficar de vez. “O produtor é a parte mais fraca da cadeia produtiva. Por isso, qualquer iniciativa que proteja a renda é muito bem recebida”, observa Edivaldo Del Grande, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).
França Júnior acrescenta que a ferramenta de proteção pode ser uma maneira de aculturar o produtor no mercado futuro. “A agricultura corre o risco de ser atingida por uma série de variáveis, como doenças, clima, crédito e preço. No entanto, o preço é uma das que podem ser administradas”. Para ele, o alto custo dos prêmios no mercado futuro é um dos motivos que restringe a liquidez. “Com a subvenção, isso pode mudar”.
A matéria é de Roberto Tenório, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.