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Produtores de carne dos EUA protestam contra o uso de carne importada pelas redes de lanchonetes

Produtores de carne da cidade de Mitchell, localizada em Dakota do Sul, nos EUA, foram às ruas no sábado protestar contra o uso de carne bovina importada pelas redes de restaurantes fast food. “Nós estamos tentando fazer com que eles identifiquem nossa carne. Além disso, queremos que o McDonald’s não use carne importada”, disse o produtor rural e participante do protesto, Tracy Van Gorp. Os membros do protesto, cerca de 25 produtores rurais, se posicionaram em frente ao restaurante McDonald’s e do Burger King de Mitchell.

O protesto foi planejado após um anúncio recente feito pelo McDonald’s Corp. que ia testar o uso de carne importada em 400 das 13 mil lojas dos EUA, devido à escassez de carne magra doméstica.

Segundo o supervisor das 8 lojas do McDonald’s da região de Mitchell, Bruce Haines, a companhia local está apoiando os produtores rurais, contra a decisão do McDonald’s de usar carne importada. Segundo ele, as lojas de Dakota do Sul só usam carne bovina norte-americana. Haines disse que o McDonald’s decidiu usar a carne importada para permanecer competitivo frente a outras redes de lanchonetes, que usam este produto, juntamente com o produto norte-americano.

Haines disse que, durante esta semana, a companhia estará presente na Convenção Nacional do McDonald’s, que ocorrerá em Las Vegas, e que esse assunto será certamente discutido. “Eu não sei porque os EUA importam carne bovina”, afirmou.

Nos Estados Unidos, a carne bovina magra, utilizada nas redes de restaurantes fast food para a fabricação dos hambúrgueres, é proveniente de fêmeas bovinas abatidas para a produção de carne, quando já estão velhas demais para produzir leite. No entanto, de acordo com algumas informações, os pecuaristas estão reduzindo seus rebanhos bovinos nos últimos anos, de forma que, atualmente, não está havendo animais suficientes para suprir a demanda das redes de lanchonetes. Além disso, as carnes magras oriundas da Austrália e da Nova Zelândia são vendidas cerca de 11 a 44 centavos por quilo mais baratas do que o produto norte-americano.

No entanto, os participantes do protesto feito sábado disseram que os norte-americanos têm escolha na compra de carnes. Segundo o produtor de carnes, que também participou do protesto, Steve Jensen, a carne importada não passa pela inspeção do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), de forma que tem maior probabilidade de apresentar patógenos causadores de doenças. Jensen disse que espera que o protesto realmente consiga chamar a atenção, e disse que eles pretendem estar em Sioux Falls na quarta-feira, quando o presidente da República do país, George Bush, estará presente.

Fonte: The Daily Republic (por Daniel Johnson), adaptado por Equipe BeefPoint

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