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Programa ABC deve ajudar a mitigar emissões de gases

"Vimos que para garantir o mercado de exportação de carnes precisávamos apresentar estratégias de desenvolvimento mais consistentes do que preservar a floresta amazônica", avalia Derli Dossa, chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, ponderando que estão faltando estudos para definir com segurança a contribuição do boi na emissão de gases. Em conjunto com entidades de pesquisa, o governo estabeleceu metas em ações bem definidas que serão desencadeadas com o envolvimento da assistência técnica no prazo de 10 anos para atingir os números.

A área de grãos cresce 1,7% ao ano na agricultura brasileira desde a década de 80. A pecuária de corte cresce 0,17% e a produção de frangos aumenta 2,42% a cada ano. A perspectiva para os próximos 10 anos é crescer 37% na área de grãos e 40% na de carnes. Em 2025, a China deverá ser o maior produtor de alimentos, mas o Brasil será o maior exportador de alimentos, considerando que hoje o país é o principal exportador mundial de açúcar, café, suco de laranja, carne bovina e frango, tabaco e álcool.

Os números foram apresentados pelo chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Derli Dossa, durante um evento realizado hoje (16), na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, para discutir soluções propostas pelo governo federal para reduzir os impactos da agropecuária no efeito estufa.

As emissões de gases de efeito estufa na agropecuária são gás carbônico, metano e óxido nitroso, resultado do uso de fertilizantes, práticas erradas de manejo do solo, implantação de pastagens em áreas de floresta, queimadas, cultivo de arroz em áreas alagadas e na produção pecuária.

No último levantamento do Mapa, realizado durante a campanha de vacinação da febre aftosa, o rebanho brasileiro contava com 203 milhões de cabeças na bovinocultura. “Vimos que para garantir o mercado de exportação de carnes precisávamos apresentar estratégias de desenvolvimento mais consistentes do que preservar a floresta amazônica”, avalia Derli Dossa, ponderando que estão faltando estudos para definir com segurança a contribuição do boi na emissão de gases.

Em conjunto com entidades de pesquisa, o governo estabeleceu metas em ações bem definidas que serão desencadeadas com o envolvimento da assistência técnica no prazo de 10 anos para atingir os números. As soluções propostas são: a) Recuperação de pastagens degradadas; b) Implantar sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); c) Ampliar área com Plantio Direto; d) Aumentar área com uso de fixação biológica de nitrogênio; e) Plantio de florestas comerciais.

Para subsidiar as ações foi criado o programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono -, que conta com R$ 2 bilhões destinados a produtores rurais e cooperativas. Os valores ainda não chegaram aos agentes financeiros, mas o limite pode chegar a R$ 1 milhão por beneficiário, dependo do projeto que pode envolver ILPF, recuperação de pastagens (inclusive com compra de máquinas), implantação de florestas comerciais e recuperação de reservas legais e áreas protegidas. Os juros ficarão em 5,5% ao ano, com três anos de carência e prazo de até 12 anos para reembolso.

“É difícil definir o que é uma área de pastejo degradada, mas com manejo e tecnologia apropriados é possível recuperar o pasto em até 6 meses”, conclui Derli Dossa.

As informações são da Embrapa Trigo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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