Determinação de teor de matéria seca utilizando forno de microondas
28 de setembro de 2004
Aspranor lança linha de produtos orgânicos no Brasil
30 de setembro de 2004

Projeções para arroba não superam R$ 64

O mercado de boi gordo é frouxo, a arroba negociada a prazo por R$ 60 no estado de São Paulo corre riscos de não se sustentar, com possibilidades de recuar no final de setembro. Durante outubro o mercado deverá se comportar sem grandes oscilações. Maiores expectativas ficam para novembro e dezembro.

“Os frigoríficos estão com escalas longas, sem pressa de comprar. A saída da Rússia do mercado e o baixo consumo, típico de fim de mês podem imprimir baixas no valor da arroba, que pode vir a R$ 59 na entrada de outubro”, acredita Fabiano Tito Rosa, analista de mercado da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP.

Durante outubro, o mercado deverá se manter estável, com possíveis mudanças na virada para novembro. “A oferta de animais de pasto deverá acabar. Os frigoríficos irão se abastecer da oferta de animais confinados, que poderá ser menor no segundo turno dos confinamentos, devido ao desânimo causado pelas baixas cotações recebidas até agora”, analisa Tito Rosa.

O analista lembra que no final de novembro o prazo para a adesão dos animais ao SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação de Origem Bovina e Bubalina) antes do abate passará a ser de 180, contra os atuais 40 dias. “Este é um fator que deverá dificultar a compra pelos frigoríficos”, e acrescenta: “o número de animais inscritos no sistema vem caindo drasticamente”.

O trader da corretora SLW de São Paulo, SP, Rodrigo Brolo, tem dúvidas a respeito de altas da arroba em novembro, para ele, os confinadores irão realizar o segundo turno nos confinamentos, pois já estão com os bois magros no pasto, e não vão perder tempo com estes animais parados. Além disso, o dólar “baixo” diminui o ritimo das exportações. “Os contratos para o ano que vem estão muito caros, alcançando US$ 22 a US$ 23 por arroba, tornando nossa carne menos competitiva no mercado internacional”, avalia.

Fabiana Perobelli economista da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), acredita que o mercado será ditado pelo aquecimento da economia. “O último trimestre do ano geralmente é o melhor período econômico. Se isto se confirmar, o consumo de carne deve melhorar, havendo espaço para a arroba subir”, explica.

A economista diz que o mercado deu oportunidade para que os pecuaristas se beneficiassem em maio na BM&F, quando contratos de boi gordo foram negociados a R$ 70 por arroba.

“Mas quando a arroba vai a R$ 70 o pessoal quer R$ 100”, brinca Fabiana. Segundo ela, vários fatores agiram conjuntamente para que o mercado ficasse ofertado, derrubando as cotações da arroba na entressafra.

“Aumento de animais confinados, clima seco, grande número de abate de matrizes, dólar baixo e troca de áreas de pastagem pela agricultura, ocorreram na mesma época”, explica a economista, que não acredita em manipulação de preços por parte dos frigoríficos.

O mercado sinaliza mais firmeza para dezembro. Tito Rosa da Scot, acredita em valorização de R$ 3 a R$ 4 por arroba até dezembro. “No último mês do ano vai faltar boi, vai haver um buraco na oferta, não vai ter boi de pasto nem de confinamento”, prevê. Os investidores da Bolsa seguem o pensamento de Rosa. Os contratos futuros de setembro fecharam hoje, 28 de setembro, a R$ 59,64 (equivalente a prazo), os vencimentos de dezembro encerraram o pregão a R$ 63,65, também a prazo.

Fonte: Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.