O ministro da Agricultura, Neri Geller afirmou que “quem não deve não teme” e que não pretende entregar o cargo após ter sido acusado por testemunhas ouvidas na Operação Terra Prometida, da Polícia Federal, de participar de um esquema de venda ilegal de lotes da reforma agrária.Argumentando que não está entre os investigados, ele disse que tem respaldo para continuar na cadeira.
Dois irmãos do ministro, Odair e Milton, foram presos na sexta-feira (28) na operação da PF, suspeitos de participar do esquema de venda ilegal de lotes da União destinadas à reforma agrária. O prejuízo aos cofres públicos pode atingir R$ 1 bilhão.
Durante a investigação, num dos depoimentos à PF, uma testemunha apontou nomes de pessoas que seriam “laranjas” de Geller. Disse ainda que ele, “na condição de ministro da Agricultura, tem se empenhado em pressionar o superintendente do Incra através do presidente” do órgão.
Geller negou “categoricamente” a acusação, afirmando que jamais participou de qualquer ilegalidade e que a possibilidade de abertura de uma investigação contra ele não o preocupa.
A PF não investiga o ministro. Como tem foro privilegiado, as informações sobre o suposto envolvimento dele no esquema foram remetidas ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Usando de expedientes como documentos falsos, vistorias simuladas e força física, a quadrilha tomava as terras de pequenos produtores, segundo investigação da PF. Geller reiterou não acreditar na participação de seus irmãos no esquema fraudulento.
A operação da Polícia Federal pode precipitar a substituição de Geller na chefia da pasta da Agricultura.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.