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Rebanho bovino do Brasil bateu novo recorde em 2023

A Pesquisa da Pecuária Municipal – PPM 2023, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, fornece informações sobre os principais efetivos da pecuária existentes nos Municípios brasileiros na data de referência do levantamento, 31 de dezembro, bem como sobre a produção de origem animal e o seu respectivo valor no ano em questão. Constitui a principal fonte de estatísticas sobre o tema, não apenas para os planejamentos público e privado desse segmento econômico, como também para a comunidade acadêmica e o público em geral. 

Os dados são obtidos pela Rede de Coleta do IBGE, mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária. A unidade de investigação da pesquisa é o Município.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Agropecuárias, Pesquisa da Pecuária Municipal 2023.

Panorama geral da pecuária

O ano de 2023 foi marcado por exportações recordes de carnes in natura bovina, de frango e suína, segundo resultados apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior – Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Em relação ao mercado leiteiro, houve alta importação do produto que, aliado à demanda interna mais baixa, causou uma redução no preço médio pago ao produtor. 

De acordo com os dados obtidos na PPM 2023, o valor de produção atingiu novo recorde ao chegar à marca de R$ 122,4 bilhões, alta de 5,4% em relação ao ano anterior. Os produtos de origem animal averiguados na pesquisa atingiram R$ 112,3 bilhões, alta de 4,5% em relação a 2022, e os itens da aquicultura foram responsáveis por R$ 10,2 bilhões, aumento de 16,6%. 

Apesar do crescimento no valor de produção total ser positivo, a marca de 5,4% a mais que o ano anterior é o menor acréscimo percentual dos últimos cinco anos. Ovos de galinha foi o principal item a elevar o valor de produção no ano corrente, alta de 17,3% e total de R$ 30,4 bilhões (R$ 4,5 bilhões a mais que no ano anterior). A aquicultura também registrou significativo acréscimo, totalizando R$ 1,4 bilhão a mais em relação a 2022. 

A pecuária bovina brasileira entrou em um novo ciclo de seu processo produtivo. A tendência dos últimos anos de retenção de fêmeas para reprodução, e consequente venda de bezerros e/ou aumento de rebanho, tem mostrado arrefecimento. Em 2023, observou-se aumento no abate de fêmeas após o preço da arroba do boi ter caído. Entretanto, mesmo com esse cenário, o rebanho bovino atingiu novo recorde e chegou a 238,6 milhões de cabeças, alta de 1,6%. 

A produção de leite foi recorde, em 2023, ao atingir 35,4 bilhões de litros. Apesar da produção de leite ter subido, o número de vacas ordenhadas decresceu. Foram contabilizadas 15,7 milhões de vacas ordenhadas, 0,1% a menos que em 2022, sendo esse total de vacas ordenhadas o menor já registrado desde 1979. A maior produção de leite com um menor número de vacas ordenhadas é resultado de tecnificação do setor leiteiro, que tem investido cada vez mais em genética e manejo do rebanho.  

O efetivo de galináceos estimado foi de 1,6 bilhão de cabeças no Brasil, um aumento de 0,6% em relação a 2022. Desse total, 263,5 milhões (16,7%) são de galinhas, alta de 2,4% em relação ao ano anterior. Desde 1999, o valor estimado de produção de ovos de galinha não para de crescer ano após ano. Em 2023, foi contabilizada a produção recorde de 5,0 bilhões de dúzias de ovos. 

O efetivo de suínos apresentou redução de 3,1% em relação ao ano anterior, totalizando 43,0 milhões de animais; enquanto o número de matrizes de suínos manteve-se estável com 5,0 milhões. 

A produção de mel registrou novo recorde de produção e alcançou o valor de 64,2 mil toneladas. 

Na produção de peixes, foram produzidos nacionalmente 655,3 mil toneladas, 5,8% a mais do que em 2022. A Região Sul se manteve como a principal produtora e foi responsável por 34,7 % do total nacional. As Regiões Nordeste e Sudeste ultrapassaram a Norte, e agora estão na segunda e terceira posições, respectivamente.

Bovinos

Crescimento do rebanho bovino desacelera, mas ainda bate recorde ao atingir 238,6 milhões de cabeças. Mato Grosso responde por 14,2% do rebanho nacional e São Félix do Xingu (Pará) lidera o ranking de Municípios O efetivo bovino atingiu 238,6 milhões de cabeças em 2023. A marca representa mais um ano de crescimento do rebanho, correspondendo a um acréscimo de 1,6% em relação ao ano anterior. Essa estimativa representou também o maior valor da série histórica da pesquisa. 

A produção pecuária é marcada por ciclos, e, entre 2019 e 2022, foi possível observar a retenção de fêmeas para a produção de bezerros, e com isso o aumento do rebanho. Em 2023, ainda é possível perceber os efeitos da retenção dos anos anteriores, mas também é possível notar a inversão do ciclo com o abate elevado de fêmeas. De acordo com a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, também do IBGE, o ano de 2023 apresentou o segundo maior abate de bovinos já registrado, total de 34,1 milhões de cabeças, atrás apenas do ano de 2013. Ainda segundo essa mesma pesquisa, o peso de carcaça produzido foi recorde. 

As exportações de carne bovina in natura apresentaram leve aumento de 0,7% em volume, e retração de 19,6% em faturamento em relação a 2022, segundo resultado apresentado pela Secex. O principal destino da carne bovina brasileira foi a China, que adquiriu 59,6% de toda carne in natura exportada. Entretanto, o volume foi 3,4% menor quando comparado ao ano anterior.

Mato Grosso se manteve detentor do maior rebanho estadual, com 14,2% do efetivo nacional – o equivalente a 34,0 milhões de animais, queda de 0,7% em relação a 2022. Pará segue com a segunda colocação, com 25,0 milhões de cabeças, alta de 1,0% em relação ao ano anterior. Em terceiro lugar está Goiás com 23,7 milhões de animais, seguido por Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Juntos, os cinco principais Estados produtores de bovinos concentraram 52,0% do rebanho nacional.

Regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentam queda do rebanho bovino

Após quatro anos consecutivos de crescimento do rebanho bovino, a Região Centro-Oeste apresentou pequeno retrocesso no número de animais, totalizando 76,7 milhões de cabeças, retração de 0,6% em relação a 2022. A Região Sudeste registrou queda de 2,0% no rebanho e finalizou o ano de 2023 com 38,2 milhões de animais. As Regiões Nordeste, Norte e Sul apresentaram crescimentos de 6,4%, 3,2% e 3,9%, respectivamente.

São Félix do Xingu (Pará), apesar da retração de 2,8% em relação a 2022, mais uma vez liderou o ranking municipal de efetivo de bovinos, com rebanho de 2,5 milhões de cabeças – equivalente a 9,8% do efetivo paraense, 3,9% da Região Norte e 1,0% do total brasileiro. Corumbá (Mato Grosso do Sul) continuou com o segundo maior rebanho, 2,2 milhões de animais, apresentando alta de 8,5% em relação ao ano anterior. Porto Velho (Rondônia) manteve a terceira posição, em 2023, com 1,8 milhão de bovinos.

Fonte: IBGE.

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