Fechamento 12:17 – 04/01/02
4 de janeiro de 2002
Novas regras para rotulagem de carnes na UE
8 de janeiro de 2002

“Recall” de carne brasileira nos EUA

O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos anunciou na semana passada, a retirada de pelo menos 740 toneladas de “corned beef” (carne cozida enlatada) brasileira dos supermercados locais. O produto foi exportado pela unidade mato-grossense do frigorífico Quatro Marcos. O “recall” inclui varejistas de todos os EUA, Porto Rico e Guam.

A decisão não foi motivada por questões sanitárias ou de qualidade, mas de rotulagem do produto brasileiro, segundo alegou o serviço de inspeção americano. O Ministério da Agricultura afirma que os rótulos de algumas partidas do “corned beef” não informaram composição superior a 5% da chamada carne de terceira (cabeça e coração) nas latas de 340 gramas.

O chefe da Divisão de Comércio Internacional do Ministério, Marcelo Mazzini, informou que todas as exportações do Quatro Marcos estão suspensas. Segundo ele, todos os embarques anteriores a 20 de dezembro ainda podem sofrer um novo “recall”. “Mas garantimos aos americanos que não haverá mais casos como esse”.

Apesar da garantia brasileira, o governo americano resolveu fazer uma nova auditoria para verificar as condições sanitárias de todos os exportadores nacionais habilitados a vender para o seu mercado. Uma missão técnica desembarca amanhã em Brasília e deve permanecer no país até o dia 8 de fevereiro. “Será um procedimento de rotina. Temos que ter cuidados”, diz o conselheiro agrícola da embaixada americana no Brasil, William Westman.

O problema na composição do “corned beef” havia sido detectado pela primeira vez em outubro de 2001. De lá para cá, segundo Mazzini, outras seis unidades exportadoras tiveram que se explicar ao governo americano e foram submetidos a auditorias do ministério. As unidades do Friboi (Andradina), Frigorífico Pampeano (Hulha Negra) e BF Produtos Alimentícios (Barretos) ainda não foram liberadas a retomar os embarques. O Frigorífico Bertin (Lins e Votuporanga) e o BF (Presidente Epitácio) já tiveram as exportações autorizadas.

No informe do serviço americano, a administradora Margaret Glavin ressalva que os produtos são seguros e corretamente rotulados, mas informa que “alguns dos ingredientes encontrados são proibidos nos Estados Unidos” e pede aos consumidores a sua devolução imediata.

Fonte: Valor Online (por Mauro Zanatta), adaptado por Equipe BeefPoint

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