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Redução do ciclo de produção: meta primordial na busca da eficiência e lucratividade da pecuária de corte

“Com este enfoque, a Tortuga lança o Programa Tortuga de Suplementação Estratégica, buscando maior produtividade e rentabilidade para a atividade pecuária”

As mudanças ocorridas no cenário econômico nacional e mundial vêm desafiando todas as atividades e sistemas de produção a se adequarem às novas perspectivas, obrigando-os a adotar tecnologias e estratégias que visem melhorias no processo produtivo em busca da eficiência, medida vital para se manterem no mercado.

Inseridas neste panorama, as atividades agropecuárias devem acompanhar as imposições mercadológicas, sendo a busca incessante pela eficiência e produtividade, fatores decisivos capazes de definir a rentabilidade e lucratividade da atividade.

No contexto da bovinocultura, a diminuição do ciclo de produção, traduzido pela idade em que o animal é abatido, no caso dos machos, e idade na qual as fêmeas iniciam a vida reprodutiva, é fator determinante da produtividade da atividade.

Sendo assim, as estratégias adotadas, principalmente nutricionais, devem dar suporte para que os animais obtenham elevadas taxas de ganho de peso, mantendo regularidade na curva de crescimento em todas as fases do processo, para que o objetivo principal da bovinocultura moderna, redução do ciclo, seja atingido.

A redução do ciclo de produção está diretamente ligada à rentabilidade e lucratividade da atividade pecuária, pois além de proporcionar maior retorno econômico, permite a liberação das pastagens mais cedo, fator bastante importante no ponto de vista de reposição de animais, racionalização do manejo das pastagens e aumento na velocidade de giro de capital.

A antecipação do início da vida reprodutiva das fêmeas, por intermédio da exploração do potencial de ganho de peso acelerado nas fases de cria e recria, permite aumento na quantidade de bezerros produzidos por matriz ao longo de sua vida produtiva, além de propiciar retorno antecipado do capital investido nas fêmeas. Ou seja, quanto antes a novilha parir, mais cedo esta irá produzir e gerar receita dentro do processo.

Em sistemas de produção tradicionais, com baixa adoção de tecnologia, as fases de cria e recria têm sido apontadas como as etapas do ciclo de produção ainda pouco otimizadas. Neste sentido, estratégias nutricionais adequadas devem ser utilizadas para potencializar a expressão do potencial genético dos animais, obtendo-se desempenhos satisfatórios.

Durante as fases iniciais de vida, os animais apresentam elevado potencial de ganho, tendo, no entanto, exigências nutricionais também elevadas. Entre dois e quatro meses de idade ocorrem mudanças no trato gastrintestinal do bezerro. Nesse período o animal se transforma efetivamente em um ruminante, aumentando a sua capacidade de ingestão e utilização de forragem, sendo sua demanda por nutrientes também elevadas.

Esse momento coincide com a redução da produção de leite das vacas. Dessa forma, uma dieta composta apenas por leite e pasto, até então pouco “aproveitado” pelo animal, não atende as exigências dos bezerros para a expressão do seu potencial de ganho, resultando em desempenhos aquém dos esperados e delineados para sistemas de produção de ciclo curto.

Sendo assim, para corrigir esse déficit de nutrientes (proteína, energia e minerais), a suplementação dos bezerros, via sistemas de alimentação restrita (“creep feeding”), torna-se uma ferramenta de extrema importância. O fornecimento dos nutrientes limitantes, via suplemento, auxilia o desenvolvimento ruminal e potencializa a taxa de degradação da forragem, resultando em melhor desempenho animal em termos de ganho de peso.

Por meio de estratégias suplementares adequadas às necessidades nutricionais dos bezerros, tem-se maior ganho de peso e, consequentemente, maior peso à desmama, reduzindo assim o período de recria e propiciando condições para o abate precoce dos machos e antecipação do início da vida reprodutiva das fêmeas.

O desempenho animal é função direta do consumo e aproveitamento de nutrientes. A adoção de estratégias nutricionais no sentido de se fornecer os nutrientes limitantes, tendo por consequência ampliação na ingestão de matéria seca e maior aporte de nutrientes ao intestino, melhora o desempenho animal.

Na época de seca são observados elevados teores de fibra e baixos de proteína e minerais nas plantas forrageiras. Nessa situação, faz-se necessário a utilização de suplementação de ordem mineral proteica energética de forma correta, com a finalidade de fornecimento dos nutrientes limitantes ao crescimento dos micro-organismos ruminais, aumentando a taxa de degradação da forragem basal (Gráfico 1), maior produção de proteína microbiana (Gráfico 2) e consumo de matéria seca, melhorando assim o desempenho animal.

Gráfico 1 – Digestibilidade aparente total da matéria seca (%) em função do consumo de proteína bruta via suplemento (g/animal/dia), observado em novilhas Nelore em pastejo durante a época de seca.

Gráfico 2 – Produção de proteína microbiana, representada pela síntese de nitrogênio microbiano (Nmic – g/dia), em função do consumo de proteína bruta via suplemento (g/animal/dia), observado em novilhas Nelore em pastejo durante a época de seca.

Com o avanço nas pesquisas no campo de nutrição de bovinos em pastejo, novas estratégias suplementares têm sido delineadas para incrementar o desempenho de animais mantidos em regime de pasto. Neste contexto, têm sido delineadas estratégias suplementares mais refinadas para a suplementação correta dos animais em todas as épocas do ano, sendo estas tecnologias sempre fundamentadas na obtenção da melhor relação custo:beneficio na aplicação dos recursos dentro no processo, para aumento da lucratividade da atividade.

As gramíneas forrageiras, durante as águas, apresentam melhor qualidade nutricional em comparação com a época da seca, sendo observados, de maneira geral, teores de proteína bruta em torno de 9-10% na matéria seca. Contudo, tem sido verificado que altas proporções dos compostos nitrogenados (proteína) contidos na planta podem estar ligados à fração fibrosa da parede celular, apresentando lenta taxa de degradação ou mesmo indisponibilidade. Paulino et al. (2002), em compilação de dados sobre o gênero Brachiaria, encontraram cerca de 40% do nitrogênio total da forragem na forma insolúvel em detergente neutro (NIDN) e 6% na forma insolúvel em detergente ácido (NIDA). O NIDN, nitrogênio ligado a fibra em detergente neutro, apresenta lenta disponibilidade aos micro-organismos, já o NIDA, nitrogênio ligado a fibra em detergente ácido, apresenta indisponibilidade. Desta forma, apesar de a forragem apresentar cerca de 10% de proteína bruta, tem sido verificado que pode haver um déficit de compostos nitrogenados aos micro-organismos para a otimização da taxa de degradação da fração fibrosa da dieta.

Comprovando os fatos supracitados, várias pesquisas demonstram aumento no ganho de peso dos animais nas águas, por meio de suplementação de ordem mineral proteica energética (Zervoudakis et al., 2002; Paulino et al., 2002; Paulino et al., 2006; Acedo, 2007; Porto et al., 2009).

Através da melhor adequação do ambiente ruminal, no tocante aos compostos nitrogenados (proteína), energia e minerais, nutrientes estes fornecidos via suplementação, tem-se aumento na atividade dos micro-organismos ruminais, propiciando condições favoráveis para maior taxa de degradação da forragem, consumo de matéria seca e produção de proteína microbiana, resultando em melhor desempenho animal.

A Tortuga, sempre na vanguarda em pesquisas e tecnologias voltadas para melhorias no processo produtivo, tendo como base estudos em seus centros de pesquisa e renomadas universidades e instituições de pesquisa nacionais, desenvolveu o Programa Tortuga de Suplementação Estratégica.

O Programa Tortuga de Suplementação Estratégica é composto por três novos produtos: Fosbovinho Proteico ADE, Fosbovi Proteico Energético 40 e Fosbovi Proteico Energético 45 Águas. Estes produtos foram desenvolvidos especialmente para fornecer de maneira adequada os nutrientes limitantes ao desempenho animal de acordo com cada fase do ciclo de produção e época do ano. Por meio de utilização do Programa Tortuga de Suplementação Estratégica tem-se possibilidade de abater precocemente os machos, entre 18 e 20 meses (Gráfico 3), e iniciar a vida reprodutiva das fêmeas em torno de 14 – 16 meses, exclusivamente em sistema de pastejo.

Gráfico 3 – Simulação da curva de crescimento de um novilho com o uso do Programa Tortuga de Suplementação Estratégica.

Literatura Citada

ACEDO, T.S. Suplementação múltipla para bovinos manejados a pasto em recria e terminação. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2007. 113p. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, 2007.

PAULINO, M.F.; ZERVOUDAKIS, J. T.; MORAES, E. H. B. K. de. et. al. Bovinocultura de ciclo curto em pastagens. IN: III SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, Viçosa. Anais… Viçosa, MG: SIMCORTE, p.153-196, 2002.

PAULINO, M.F.; MORAES, E.H.B.K.; ZERVOUDAKIS, J.T. et al. Terminação de novilhos mestiços leiteiros sob pastejo, no período das águas, recebendo suplementação com soja. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.1, p.154-158, 2006.

PORTO, M.O.; PAULINO, M.F.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Fontes suplementares de proteína para novilhos mestiços em recria em pastagens de capim-braquiária no período das águas: desempenho produtivo e econômico. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.8, p.1553-1560, 2009.

ZERVOUDAKIS, J.T.; PAULINO, M.F.; DETMANN, E. et al. Desempenho de novilhas mestiças e parâmetros ruminais em novilhos suplementados durante o período das águas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.2, p.1050-1058, 2002 (supl.).

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