Fechamento – 12:20 – 13/02/02
13 de fevereiro de 2002
Internacional
15 de fevereiro de 2002

Regras para rastreabilidade

Até o final deste mês deve ser publicada a instrução normativa com as regras para o credenciamento de empresas de rastreabilidade bovina no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), lançado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) no início de janeiro.

Segundo o diretor substituto do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), José Augusto Peixoto, esta segunda instrução já deveria ter sido publicada, mas houve um atraso na elaboração do banco de dados do ministério, onde serão armazenadas as informações. O objetivo é evitar a disseminação de doenças que apresentam riscos à saúde humana, como a doença do “mal da vaca louca”. Também busca atender as exigências dos importadores de carne bovina da União Européia.

Peixoto esclareceu que existem diversas empresas no país que fazem rastreabilidade bovina, mas nenhuma está cadastrada no Mapa, “algumas até têm cadastro no ISO, mas não têm a certificação do órgão brasileiro responsável, que é o Mapa”, disse. Ele adiantou que provavelmente a localização dos animais será feita através do Sistema de Posicionamento Global (GPS) e o rastreamento poderá ser feito com chips, brincos ou marcas de fogo. “Os pecuaristas estão livres para escolher. O mercado é que vai dizer o que é melhor e mais barato”.

As empresas certificadoras, além de fornecer o mecanismo a ser utilizado pelos produtores para a identificação dos animais, vão coletar as informações e cadastrar os exemplares bovinos. Entre os dados que serão obrigatórios constar no cadastro, estão a identificação da propriedade de origem, o mês de nascimento ou a data de ingresso do animal na propriedade e dados sanitários, como vacinas e tratamentos veterinários.

Embrapa cria chip para rastreabilidade do gado

A Embrapa desenvolveu um chip (transponder), uma espécie de identidade eletrônica do rebanho bovino, para ser utilizado na rastreabilidade. Nesse sistema os dados desde o nascimento até o comércio da carne do animal estarão arquivados em computador.

Foram criadas duas versões do chip. Uma delas para terneiros recém-nascidos, na qual o chip é introduzido na cicatriz umbilical. A outra consiste em depositá-lo no rúmen. O mecanismo é estimulado por ondas eletromagnéticas e a informação nele contida, o número do animal, é captada por uma antena. Com o número é possível acessar dados sobre o gado, que estão contidos em um banco de dados a ser administrado pelo Ministério da Agricultura (Mapa).

Segundo o pesquisador de melhoramento genético animal da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS), Kepler Euclídes Filho, a principal vantagem do chip é a segurança, “é um identificador com alta precisão de leitura e baixa possibilidade de perda”. O pesquisador salienta que o método tem alto custo, ficando a cargo do criador decidir se o gasto compensa.

O pesquisador Armindo Neivo Kichel assegura que o chip representa o arquivamento permanente das informações sobre a vida do animal. Ele tem a vantagem de conter todas as informações que envolvem desde a data do nascimento, vacinas efetuadas, doenças adquiridas, alimentação e diversas outras informações que o produtor precisa. Para acessar essas informações é necessário que o animal que contém o chip passe diante de um leitor ótico conectado a um computador.

Além do chip, a rastreabilidade também pode ser feita com a utilização de marca de fogo, brincos com numeração e código de barras. Na sua avaliação, a idéia é que o número de identificação seja formado pelos códigos do país, do estado, da microrregião do IBGE e do animal. “Assim, saberemos até o nome da propriedade onde está o gado”, ressalta.

Até maio, os 1.400 bovinos da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, terão controle de rastreamento. A colocação do chip será iniciada em março. Segundo o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Bagé, Roberto Collares, o programa será coordenado pelas unidades de São Carlos (SP), Campo Grande e Bagé, que coordenará o programa na região Sul do Brasil.

De 18 a 22 de março, técnicos da Embrapa de Bagé buscam em Santa Catarina uma parceria com a Epagri, empresa que deve ser responsável pelo rastreamento do gado naquele estado.

Fonte: Correio do Povo/RS e Gazeta do Paraná, adaptado por Equipe BeefPoint

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