RS: Limousin já bate recorde na Expointer 2002
23 de julho de 2002
Recorde na venda de vacinas contra aftosa
25 de julho de 2002

Reino Unido: terceiro inquérito sobre aftosa critica medidas tomadas pelo governo no ano passado

Sérios erros foram cometidos na tentativa de controle da epidemia de febre aftosa que acometeu o Reino Unido em 2001, segundo foi admitido em mais um relatório oficial divulgado na segunda-feira. Uma investigação liderada por Iain Anderson concluiu que após um mês da epidemia da doença, “surgiu um senso de pânico” no governo e as decisões tomadas foram “casuais e desordenadas”.

O relatório é o último de três inquéritos independentes sobre a crise de oito meses que levou ao abate de milhões de animais, prejudicou o comércio de produtos de origem animal, devastou a indústria britânica de turismo e forçou o Primeiro Ministro, Tony Blair, a adiar as eleições gerais.

O relatório chamado “As Lições que foram aprendidas”, publicado na segunda-feira, destacou as “lacunas” no plano designado a combater a epidemia de aftosa e informou que havia conhecimentos “limitados” sobre as práticas de manejo na fazenda, o que contribuiu para a disseminação da doença. O relatório informou também que o impacto da crise no turismo e na economia rural não foi reconhecido inicialmente e “grande parte das propriedades rurais e das comunidades rurais perderam a confiança no governo”.

A secretária do Meio-Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, Margaret Beckett, admitiu ao parlamento que os ministérios realmente foram lentos na reação à doença. Porém, a secretária disse que a epidemia de febre aftosa que acometeu o Reino Unido em 2001 foi uma das piores que o mundo já viu. Beckett negou que tenha surgido um “senso de pânico”. Apesar de admitir que o autor do relatório utilizou essas palavras, ela disse que ficou surpresa em ouvir isso. “Eu fiquei um pouco surpresa em ouvir isso, porque essa não era a minha impressão. Isso não foi confirmado para mim através de nenhuma das observações que tenho ouvido”.

Segundo o Ministério, Anderson disse que “em termos práticos… à medida que a dimensão da doença foi se tornando aparente, houve consideráveis dificuldades e realmente houve alguns problemas”.

O relatório de Anderson – um antigo consultor de Blair – recomendou o desenvolvimento de uma estratégia nacional para o controle da saúde animal e de doenças, e alertou contra a incineração de animais em fogueiras, que gera revolta entre as pessoas.

Quatro milhões de animais foram abatidos durante a epidemia de febre aftosa que acometeu o Reino Unido. Isso sugere também que a vacinação deve ser considerada como parte de um plano de combate a futuros surgimentos da doença, apesar de não ser recomendada para animais saudáveis. No caso de a doença reaparecer nos rebanhos britânicos, o relatório informa que o exército deve ser chamado e os abates deverão ser realizados o mais rapidamente possível.

Beckett disse que o governo considerará a vacinação dos rebanhos no futuro, uma medida à qual os produtores rurais britânicos se opuseram no ano passado. “Qualquer política emergencial de vacinação contra a aftosa que venha a ser feita no futuro não será a de ‘vacinar para matar’ mas sim, ‘vacinar para viver'”. Além disso, a secretária disse que uma proibição nacional dos movimentos dos animais será aplicada no futuro assim que o primeiro caso da doença for confirmado.

O presidente da União Nacional dos Produtores Rurais (NFU), Ben Gill, culpou a “burocracia” por “perturbar” a velocidade da resposta militar. “Os assuntos chave que nós levantamos foram um adequado plano de contingência, uma proteção adequada das fronteiras e um projeto adequado de financiamento de pesquisas. Eles precisam garantir o que a sociedade claramente precisa em termos de alternativas para medidas de controle ao invés de abater tantos animais”.

Fonte: CNN, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.