Os cabanheiros gaúchos estão rindo à toa. Recuperados do susto causado pela febre aftosa, faturaram como nunca nos últimos meses. Os principais remates de primavera, realizados nas propriedades e em feiras agropecuárias, registraram uma arrecadação superior a R$ 11,5 milhões, ultrapassando em 404% o faturamento da última Expointer (R$ 2,282 milhões). O resultado apurado na venda de reprodutores – que começou no dia 22 de setembro e está chegando ao fim – dobrou em relação ao dos pregões de 2000, cuja arrecadação passou de R$ 5,5 milhões.
O desempenho da temporada é ainda mais significativo porque as dezenas de pregões realizados no Estado contaram com a presença quase inexpressiva de investidores de fora. Em outros anos, pecuaristas de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais chegavam a contribuir com 35% do montante dos negócios. “Foi, com certeza, a temporada dos gaúchos. De quem vendeu com boas médias e de quem comprou reprodutores de qualidade sem enfrentar a concorrência de produtores de outras regiões” – festeja o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler), Marcelo Silva, que se confessava “prudentemente otimista” antes da temporada.
Era, de fato, uma incógnita a reação do mercado diante dos 30 focos de aftosa descobertos em seis municípios gaúchos a partir de maio. A Expointer foi bem (22% dos compradores vieram de fora), mas temia-se que a ausência de corredores sanitários pudesse prejudicar os negócios no Interior.
Fonte: Zero Hora – RS (por Jorge Correa), adaptado por Equipe BeefPoint