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Restaurantes japoneses criticam o aumento da tarifa de importação de carne bovina

A indústria de foodservice do Japão informou na segunda-feira que o aumento nas tarifas de importação de carne bovina que deverá ocorrer no país será mais prejudicial do que benéfico ao país, que ainda está sofrendo os efeitos do surgimento de casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) em seus rebanhos.

Em protesto ao aumento de 11,5% na tarifa de importação de carne bovina, previsto para o próximo verão, a maior associação de restaurantes do Japão se uniu a exportadores globais para estimular Tóquio a não determinar mais barreiras no mercado de carne bovina do país, que já está lento.

Pelas regras comerciais do Japão, que estão sancionadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o país pode aumentar as tarifas de importação de carne bovina até 50%, dos atuais 38,5%, se as importações trimestrais cumulativas de um ano forem maiores do que no mesmo período do ano anterior. Isto quase que certamente ocorreu neste ano porque as importações de carne bovina do Japão foram artificialmente baixas depois do surgimento dos casos de EEB em setembro de 2001, o que reduziu a demanda no país por este produto.

Aqueles que se opõem ao aumento das tarifas argumentam que qualquer aumento que ocorra simplesmente punirá a indústria de alimentos japonesa por estar voltando à normalidade.

“Nós tememos que esta salvaguarda leve a um aumento nos preços, jogando água fria no consumo de carne bovina justamente quando finalmente estão surgindo sinais de recuperação dos efeitos da EEB”, disse o chefe da Associação de Foodservice do Japão, Kiwamu Yokogawa.

Até agora foram anunciados cinco casos de EEB no Japão, prejudicando as companhias de alimentos e a confiança dos consumidores nos padrões de segurança dos alimentos do país. As importações de carne bovina do Japão caíram cerca de 50% quando os consumidores japoneses deixaram de consumir este produto por medo de adquirirem a variante humana da doença. Porém, as importações já se recuperaram para cerca de 80% dos níveis de antes da EEB, graças em grande parte às campanhas multimilionárias de segurança da carne feita pelos principais exportadores, como Estados Unidos e Austrália.

Yokogawa disse que o aumento da tarifa não ajudará a indústria doméstica a recuperar a confiança dos consumidores. “As principais causas dos problemas da EEB foram os erros da administração, mas os consumidores comuns terão que pagar o preço em nome da proteção dos produtores”.

No começo deste ano, uma equipe de investigação acusou o governo japonês de ignorar os avisos feitos tanto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como pela Comissão Européia, que poderiam ter evitado a crise.

Oficiais do Ministério da Agricultura do Japão disseram que não têm escolha a não ser implementar as provisões nas leis comerciais do país. “Regras são regras”, disse o chefe da divisão de carnes e ovos do ministério, Kazuyoshi Honkawa, dizendo que a tarifa de 50% será implementada apenas em primeiro de agosto do ano que vem.

Por enquanto, os preços atacadistas se recuperaram para cerca de 1000 ienes por quilo (US$ 8,24/kg), dos 600 ienes por quilo (US$ 4,94/kg) no mesmo período do ano passado. Em dezembro de 2000, este preço era de 1400 ienes por quilo (US$ 11,53/kg).

Fonte: Reuters (por Tim Large), adaptado por Equipe BeefPoint

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