André Camargo, conversou sobre Melhoramento Genético com Roberto Carvalheiro, que possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras, mestrado em Genética e Melhoramento Animal pela FCAV-UNESP-Jaboticabal, doutorado em Zootecnia pela FCAV-UNESP-Jaboticabal e University of Guelph e pós-doutorado pela FCAVUNESP-Jaboticabal e University of New England, Austrália.
Carvalheiro é sócio GenSys Consultores Associados e instrutor de Cursos Online da AgriPoint. Tem ampla experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Genética e Melhoramento dos Animais Domésticos, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação genética, simulação, experimentação agropecuária, critérios de seleção, sistemas de cruzamento e acasalamento dirigido.
Leia abaixo um pouco do que foi discutido e assista o vídeo com a entrevista na íntegra:
“Melhoramento genético pode ajudar a melhorar da eficiência da produção pecuária. Não adianta o pecuarista investir em nutrição e outros tipos de manejo se o animal não tiver o potencial para traduzir esses investimentos em carcaças de qualidade”.
“O melhoramento é o final de uma série de etapas simples, como coleta de informações individuais do animais, interpretação de relatórios e avaliações, definição de acasalamentos, entre outros. Essas etapas na sua maioria são procedimentos simples e de pouco glamour, mas que quando feitos de forma correta e consistente e seguindo padrões adequados trazem retornos interessantes”.
“É importante se preocupar com características relacionadas com a funcionalidade, adaptabilidade e precocidade. Ao invés de focar o melhoramento apenas no aumento de peso, fator que pode até causar problemas para a produção, como animais com peso adulto muito elevado e dificuldades de parição”.
“O que se busca hoje é uma carcaça com peso adequado, que varia de 15 a 19 arrobas, com acabamento adequado (3 a 6 mm), produzida no menor tempo possível. Temos alguns programas que já conseguem atingir esses quesitos com animais, criados praticamente a pasto, com menos de 2 anos”.
“Muitos criadores entram nos programas de melhoramento genético para produzir tourinhos, mas essa não deve ser a principal motivação. A venda de tourinhos deve ser a consequencia de um trabalho bem feito”.
“O melhoramento trabalha, basicamente, com duas grandes ferramentas: a seleção (definição de quais animais irão fazer parte da estação de monta) e o acasalamento (definição de qual touro será acasalado com qual vaca)”.
“Para garantir o sucesso da adoção deste tipo de tecnologia é importante definir quais as características devem ser melhoradas. Depois a cada safra é preciso realizar uma consistente coleta de dados, envio dessas informações para a central de avaliação e análise dos resultados da avaliação genética”.
“Não adianta guardar os relatórios na gaveta. É preciso trabalhar em cima dos resultados da avaliação genética”.
“A qualidade da coleta de dados é muito importante. Se entrar lixo vai sair lixo”.
“Biotécnicas reprodutivas, quando bem utilizadas, ajudam muito o melhoramento, pois conseguem disseminar boas características de forma massal”.
“O uso de marcadores moleculares é uma tecnologia nova e bastante interessante, que trará informações adicionais para que sejam calculadas DEPs mais precisas. As informações conseguidas com o uso de marcadores, somadas às avaliações de fenótipo e de pedigree, podem ajudar na predição mais exata do mérito genético do animal para uma determinada característica”.
“Com a adequação do genótipo ao sistema de produção é possível produzir carne com mais eficiência, assim o uso do melhoramento genético contribui para uma produção mais sustentável”.
Começa no dia 29 de abril o Curso Online Melhoramento Genético em Bovinos de Corte, ministrado por Roberto Carvalheiro. Nos 5 módulos deste curso serão abordados como o melhoramento genético pode aumentar produtividade do seu rebanho; como escolher quais características devem ser melhoradas e quais são os melhores touros através do uso de DEP, sumários e avaliações genéticas; qual a contribuição biotécnicas reprodutivas no melhoramento genético; como avaliar o progresso genético do seu rebanho, através de critérios e parâmetros de seleção; e como utilizar os resultados das avaliações genéticas; entre outros assuntos.
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Parabens pela entrevista, e principalmente pelo conteúdo técnico, sem duvida o melhoramento genético passa a ser visto com uma ferramenta indispensável nos sistemas de produção modernos e lucrativos. Eu acompanho a tragetoria de Roberto e tenho a convicção que este jovem vai contribuir e muito para nossa pecuaria.