O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, encontra-se hoje em Brasília com o chanceler da Rússia, Igor Ivanov, e quer negociar a garantia de cotas para a exportação de carnes brasileiras à Rússia, equivalente ao volume exportado este ano. Até outubro, as vendas de carne suína ao país somaram 271 mil toneladas. As de frango e bovina totalizaram, até novembro, 192 mil toneladas e 118 mil toneladas, respectivamente.
Rodrigues disse que manifestará a insatisfação do Brasil com relação ao sistema de cotas definido pela Rússia, que tem como referência o volume exportado antes de 2002. O Brasil terá de disputar, com outros fornecedores, cota de 68 mil toneladas para frango, de 179,5 mil toneladas para suíno e de 68 mil toneladas para carne bovina.
Em Genebra, o vice-ministro de Comércio da Rússia, Maxim Medvedkov, disse que “o Brasil não ficará fora do mercado russo”, acenando com cota específica para as exportações.
Para os brasileiros, Moscou poderia ter escolhido outra forma de estabelecer as cotas, dentro das regras da OMC, levando em conta a expansão das exportações brasileiras em 2002 e não os volumes exportados de 1999 a 2001. Por esse critério, os EUA terão cota de 771,9 mil toneladas de um total de 1,05 milhão para o frango. No caso do suíno, a União Européia terá cota de 227,3 mil toneladas. Na carne bovina, a UE tem cota de 359 mil.
Delegados de vários países dizem informalmente que a Rússia dificultou sua entrada na OMC ao fazer um acordo com EUA e UE na área de carnes.
Fonte: Valor On Line (por Sérgio Leo e Assis Moreira), adaptado por Equipe BeefPoint