Ciência, mercados e políticas agrícolas
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23 de março de 2005

Rondônia busca alternativas para valorizar preço do boi

Quase mil pecuaristas de Rondônia reuniram-se no último sábado no Parque de Exposições Ermínio Victorelli, em Ji-Paraná, para discutir novos meios para valorizar e melhorar a comercialização da carne bovina do estado.

Segundo o governador Ivo Cassol, a monopolização dos preços estabelecidos pelas indústrias frigoríficas deve acabar, uma vez que tem prejudicado os produtores do estado. “É necessária a implantação de novos frigoríficos como as cooperativas de carne. Mediante toda essa turbulência precisamos encontrar um equilíbrio para melhorar a situação atual. Se a agricultura e a pecuária falharem podem quebrar a economia do estado e isso não podemos admitir. Não vamos dar descontos para frigoríficos que estejam inseridos na formação de cartel, só daremos incentivo se o mesmo for repassado ao pecuarista”, frisou Cassol.

De acordo com o pecuarista e presidente da Cooperativa Rondoniense dos Produtores de Carne (Cooperocarne), Euvaldo Foroni, a união da cadeia dos produtores de carne de Rondônia está em amplo crescimento, mas para que essa produtividade continue crescendo, é preciso mudar a filosofia de governo. “Devemos achar um ponto de equilíbrio entre produtor, governo e frigorífico”, considera.

Um dos assuntos de discussão durante o Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte foi a isenção das taxas de ICMS para a saída de gado do estado nos próximos meses, outra proposta sugerida é a fundação de novas cooperativas de carne a exemplo da Cooperocarne.

A Agência de Defesa Sanitária (Idaron), relata que no último ano cerca 1,5 milhão de bovinos deixaram de ser abatidos devido ao grande estoque de carne nos frigoríficos. De acordo com o diretor técnico do Idaron, Leandro dos Santos, apesar de todos essas dificuldades, é necessário que os pecuaristas continuem vacinando seus rebanhos contra a febre aftosa, já que a sanidade animal é uma garantia para a comercialização do rebanho.

No último final de semana, a arroba do boi em Rondônia estava sendo comercializada a R$ 46, nos estados da Bahia e São Paulo a arroba estava cotada a R$ 58, já no Mato Grosso R$ 51.

Diante dessa desproporção de preço, muitos pecuaristas já cogitam mudança da pecuária para culturas anuais. O pecuarista Gevanildo Góes já tem investido no plantio de arroz mecanizado. “Essa é uma das alternativas que encontramos com a atual desvalorização dos preços pagos pela arroba bovina. Além desses contratempos os preços dos insumos aumentaram excessivamente no último ano”, comentou o pecuarista.

Fonte: Folha de Rondônia, adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Gustavo Marcio Pazoto disse:

    Acho válida a colocação do governador deste estado em dizer que acabará com incentivos aos frigoríficos.

    Estamos na mesma situação aqui no Tocantins. O mercado da carne do norte do país está passando por momentos ruins e devemos acabar com isto, pois o pecuarista não aguenta mais esta situação da @ do boi baixa e também a quebra de peso nos frigorificos.

    Gustavo Pazoto
    Araguaina – TO