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Rosalu Queiroz, da Simental Jaguaretê: perspectivas para a pecuária de corte

Rosalu Queiroz, uma das organizadoras do 11º leilão Premium Simental, falou ao BeefPoint sobre as perspectivas para o leilão, para a Feicorte e para a cadeia da carne. Leia abaixo a entrevista.

BeefPoint: Quais são as perspectivas para o leilão Premium Simental, que já está em sua décima primeira edição?

Rosalu Queiroz: Justamente por ser o 11º leilão, o mais tradicional da raça Simental, ele é sempre muito esperado. A oportunidade de realizá-lo durante a exposição nacional das raças dentro da Feicorte, faz com que a expectativa seja ainda maior, pois os criadores se esmeram em preparar os seus animais pra serem vistos aqui.

Trouxemos este ano o Dr. Filelfo, o Grego, zootecnista com mais de 20 anos só em Simental para ser o responsável técnico do leilão Premium. Ele escolheu um a um os animais dos parceiros e convidados para o leilão realmente mostrasse a qualidade da genética que estamos utilizando hoje e disponibiliza-la par aquém estiver interessado.

BeefPoint: Qual a sua expectativa para a Feicorte desse ano?

Rosalu Queiroz: Já será o quarto ano em que a Associação de Simental opta por realizar a sua exposição nacional aqui em São Paulo. Embora as propriedades rurais não sejam aqui, 75% dos criadores de Simental de elite moram em São Paulo, o que torna a Feicorte uma atração maior ainda.

Além disto, o nível de publicidade que se gera em torno desta exposição que movimenta mais de 3 mil animais de inúmeras raças é fantástico para realização de negócios inclusive após a feira.

BeefPoint: Você poderia nos contar um pouco da história da fazenda Jaguarete e seu rebanho Simental?

Rosalu Queiroz: Há mais de 15 anos já trabalhávamos com a raça Simental para fins de cruzamento industrial inseminando de 500 a 1000 vacas nelore e cruzadas por ano. Seus bezerros de cruzamento sempre os maiores ganhadores de peso e suas mães, as de maior habilidade materna que tivemos.

A oportunidade para o ingresso no mercado de elite veio com o convite do Bob Ziegert, criador e presidente das raças européias na Feicorte. Montamos uma parceria que durou 4 anos, quadruplicando o plantel e investindo em genética de primeiríssima qualidade, principalmente sul-africana.

O fato de promovermos dois leilões por ano há seis anos: o próximo será em dezembro somente de prenhezes, faz com que estejamos sempre trazendo novidades para a raça, além de angariar novos investidores.

BeefPoint: No mercado extremamente competitivo de hoje, qual é o foco de seleção do Simental? Quais são os objetivos de seleção?

Rosalu Queiroz: O Simental é das raças européias que mais cresce no Brasil (já está aqui há 100 anos) e se adapta muito bem ao clima e as condições daqui. Por ser uma raça de ganhadores de peso, extremamente precoces, logicamente possuem certas necessidades nutricionais e alguns cuidados.

E justamente porque o mercado hoje é tão competitivo e os criadores do Estado de São Paulo, estão encurralados entre o avanço da cana-de-açúcar e o recuo da pecuária, daí a importância de um cruzamento de qualidade genética que produza melhor carne e mais macia.

Somente as raças européias são capazes de resolver esta equação com propriedade onde o Simental é o destaque.

A prova disto pode ser questionada aos confinadores de grande porte que sempre afirmam que os primeiros bois a atingirem o peso de abate são os de cruzamento industrial; notadamente os de Simental.

BeefPoint: Qual a sua visão de futuro da pecuária de corte nacional?

Rosalu Queiroz: O futuro da pecuária nacional, que obviamente carece de uma política de governo só para o mercado de carne, passa por reformulações de conceito onde pecuarista e produtores de grão precisam se unir em parcerias como acontece nos Estados Unidos.

Lá os pecuaristas se preocupam somente com a criação, o vizinho parceiro cuida somente do confinamento e o outro vizinho parceiro é o produtor de grãos e silagem para este confinamento. Estas parcerias de trabalho reduzem custos e aumentam a produtividade em áreas onde o preço da terra está alto como no Estado de SP.

O boi de capim criado extensivamente precisa de investimento em treinamento de pessoal (inseminadores) para incremento de qualidade genética nos campos para que possamos reduzir idade de abate e principalmente aumento da maciez e marmoreio da carne, principal requisito dos importadores da nossa carne.

Mais informações sobre o leilão podem ser obtidas clicando no banner abaixo ou pelo formulário no fim da página.

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