A França colocou em execução seu teste de dois anos de rotulagem obrigatória do país de origem (COOL, da sigla em inglês) para carnes e lácteos em alimentos preparados, nesse mês.
A iniciativa se refere a refeições prontas com certa quantidade de carne ou leite nelas. Se o prato contém mais de 8% de carnes e 50% de leite, suas origens precisam ser mencionadas no rótulo. Somente refeições com 100% de carne e leite da França podem conter o rótulo “Produit d’origine Française”.
A Interbev, associação comercial francesa que representa os processadores de carne e os pecuaristas do país, disse que está satisfeita com “os avanços significativos feitos”, dando aos consumidores “informações claras e transparentes” sobre os produtos que compram.
A associação vem fazendo campanha pela rotulagem da origem de carnes frescas e processadas desde o escândalo “Horsegate”, de 2013, quando testes de DNA mostraram a presença de carne de cavalo em alimentos pré-preparados, como lasanha com carne bovina, disseminando uma crise de confiança entre os consumidores.
Entretanto, nem todos estão felizes com a decisão de fazer esse teste; a FoodDrinkEurope (FDE) disse que o piloto terá um efeito negativo na cadeia de fornecimento, porque somente se aplica à França e “determina um precedente irreversível para a fragmentação do Mercado Único da UE para alimentos e bebidas”..
Em sua defesa, a diretora geral da organização de direitos dos consumidores, BEUC, Monique Goyens, disse que o decreto francês está de acordo com a Regulamentação de Informações de Alimentos (FIC), à medida que seu principal objetivo é proteger os consumidores e responder à sua demanda por informações sobre a origem de seus alimentos.
A legislação do FIC diz que os Estados Membros podem introduzir rotulagens obrigatórias adicionais se houver evidências de que a maioria dos consumidores acham que essa informação é importante.
De acordo com uma pesquisa do Eurobarometer de 2013, 90% dos respondentes concordaram que é importante que a origem da carne usada em alimentos processados seja rotulada, enquanto 84% eram favoráveis à rotulagem da origem do leite nos produtos lácteos.
Fonte: Dairy Reporter, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.