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RS: supermercados cobram extrapreço para comprar carne

O reconhecimento público da cobrança de extrapreço, valor exigido pelos supermercados para realização de promoções, colocação privilegiada de produtos em gôndolas e fidelidade comercial, é a principal novidade da segunda rodada de depoimentos da CPI das Carnes, que ocorreu ontem (11) no RS.

A avaliação é do vice-presidente da CPI, Elvino Bohn Gass (PT), a partir do testemunho do presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos, Aristides Vogt, que confirmou a suspeita da cobrança, que pode chegar a 18% do valor do produto final no caso da carne suína e 11% na carne bovina. Com isso, segundo ele, o varejo represa, em média, 53% dos lucros da cadeia produtiva.

Vogt afirmou que se a indústria pudesse não firmaria contratos deste tipo. “Ficou explícito que o extrapreço é oficial, imposto pelos supermercados e envolve percentuais altos”, assinalou Gass.

Ele solicitou ao sindicato cópias dos contratos das indústrias com os supermercados e com produtores. Segundo o deputado, a análise dos documentos é elemento fundamental para investigar suspeitas de abuso de poder econômico por elos da cadeia produtiva da carne.

O sistema de pagamento pela indústria aos produtores foi outro aspecto polêmico da audiência. O preço é estabelecido a partir de método elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela indústria, levando em conta a média do plantel abatido.

Os produtores, no entanto, alegam que não têm acesso à pesagem e, principalmente, à classificação de seus produtos. Embora a orientação oficial do sindicato seja para que o acesso aos produtores seja garantido, o próprio presidente da entidade reconhece que há empresas que não agem dessa forma.

Fonte: Diário Popular/RS e Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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