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Rússia confirmou ao Uruguai que não modificará cota de importação de carne

A Rússia confirmou que não mudará o sistema de cotas de importação de carne uma vez que entrar na Organização Mundial de Comércio (OMC) em novembro. Em cinco anos, o Uruguai poderia ter uma tarifa mais baixa que a vigente hoje.

A Rússia confirmou que não mudará o sistema de cotas de importação de carne uma vez que entrar na Organização Mundial de Comércio (OMC) em novembro. Em cinco anos, o Uruguai poderia ter uma tarifa mais baixa que a vigente hoje.

A comitiva uruguaia que fez uma missão à Rússia se reuniu com o principal negociador russo em Genebra, Maxim Medvedkov, e mostrou-se otimista com o resultado das gestões. “A postura do Uruguai não foi pedir contemplações especiais como fizeram outros países, mas sim, buscar consolidar a corrente comercial que hoje existe com a Rússia”, disse o presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Luis Fratti.

A negociação foi centrada na metodologia da Rússia de outorgar as cotas de importação, que leva em conta os volumes exportados. Nesse sentido, nos últimos três anos, os frigoríficos uruguaios venderam à Rússia não menos de 80.000 toneladas de carne; inclusive, hoje, esse país continua sendo o principal mercado do Uruguai. Fratti disse que Medvedkov disse que quando entrar na OMC “se pensa seguir com um sistema de cotas de importação similar ao atual”. Aparentemente, o pedido que o Uruguai fez “é o que querem os russos” e “houve uma sintonia muito boa, porque coincidem os interesses de ambos os países”.

Por outro lado, o presidente do INAC disse que “nos próximos cinco anos, a carne uruguaia teria alguma melhora nas tarifas (hoje, paga 15%), já que essas poderiam baixar um pouco”.

Entre as negociações, também esteve a proposta de carne de alta qualidade, que, na Junta do INAC, tinham concordado com as indústrias privadas. A ideia é poder entrar no mercado fora da cota e os russos ficaram de responder.

Fratti disse que está “mais tranquilo” após o final do encontro com o negociador russo. “Estava convencido de que o Uruguai deveria seguir como estava dentro do mercado russo e, se as regras do jogo mudassem, o país não deveria sair prejudicado, mas não pedir concessões especiais”.

As exportações de carne bovina uruguaia se fazem no marco de uma cota global de 410.000 toneladas. Os importadores russos compram cortes de dianteiro bovino conhecidos como Chuck & Blade, mas também, são fortes importadores de miúdos e esse produto pesa muito nas operações comerciais entre ambos os países.

Os russos consideram que o consumo de carne aumentará no futuro, mas crêem que haverá uma queda na quantidade de habitantes, de forma que não aumentarão as cotas de importação.

Entre janeiro e 16 de julho, os frigoríficos uruguaios exportaram à Rússia um total de 60.811 toneladas, contra 72.839 toneladas no mesmo período do ano anterior. O problema atual é a falta de carne, porque os abates caíram e há menos volume para exportar.

A delegação uruguaia propôs à Rússia uma definição de carne de alta qualidade, para ficar a par com Estados Unidos e Canadá. A ideia é que, se em um futuro se complicar as cotas de importação, possa-se seguir entrando nesse mercado, que é vital para o Uruguai. A reposta a essa proposta passa por uma avaliação mais técnica que comercial, mas os russos ficaram de responder em agosto.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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