A Rússia impôs na quarta-feira algumas restrições para os frigoríficos brasileiros, decisão que se seguiu ao registro de dois casos atípicos do mal da “vaca louca” no país. O Serviço de Inspeção russo (Rosselkhoznadzor) determinou que a carne bovina importada de unidades de Mato Grosso e Minas Gerais, Estados onde a doença foi identificada, só poderá ser de animais que tinham menos de 30 meses de idade no momento do abate. O produto precisará ainda de um certificado veterinário que dê essa garantia. As medidas valerão também para a entrada de gado vivo e outros subprodutos do boi, mas não serão impostas aos outros Estados autorizados a vender à Rússia.
A restrição ocorre porque os casos atípicos de vaca louca costumam surgir em animais mais velhos. Para evitar esse problema, os chineses, por exemplo, também impõem a idade-limite de 30 meses para o abate — essa é uma das exigências do “boi padrão China” nos frigoríficos.
Uma fonte que acompanha o mercado de carne bovina disse que a Rússia e outros países pediram mais esclarecimentos sobre os casos atípicos ao governo brasileiro, mas, segundo a fonte, esse é um procedimento padrão nas negociações internacionais. Procurados pelo Valor, nem Ministério da Agricultura nem Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) confirmaram o pedido de informações ou se haveria outros embargos ao país.
Após o registro dos dois casos, a Arábia Saudita suspendeu as compras de cinco frigoríficos brasileiros, enquanto o Brasil suspendeu voluntariamente os negócios com a China, maior importador da carne bovina do país.
De janeiro a agosto deste ano, a Rússia foi a 15ª maior compradora de carne bovina in natura do Brasil. Os russos importaram US$ 59,6 milhões da proteína, o equivalente a 16,3 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Fonte: Valor Econômico.