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Rússia se compromete a apoiar produção pecuária do país

Putin, que tem governado a Rússia desde 2000 como presidente e então Primeiro Ministro, está buscando a re-eleição em março como presidente por um período de seis anos. Os produtores rurais e outros trabalhadores do setor agrícola são vistos por ele como importantes eleitores.

O Primeiro Ministro da Rússia, Vladimir Putin, comprometeu-se a dar suporte à produção pecuária do país e procurou garantir aos produtores rurais russos que a entrada do país na Organização Mundial do Comércio (OMC) não ameaça esse setor, que é de rápido crescimento. A Rússia pôs um fim aos 18 anos de negociações no ano passado para a entrada na OMC, com as importações de carnes sendo um dos últimos obstáculos remanescentes. Putin disse que o país se tornará membro da organização no verão de 2012.

Putin, que tem governado a Rússia desde 2000 como presidente e então Primeiro Ministro, está buscando a re-eleição em março como presidente por um período de seis anos. Os produtores rurais e outros trabalhadores do setor agrícola são vistos por ele como importantes eleitores.

Putin disse que a Rússia poderá estender as reduções de tarifas que atualmente os produtores agrícolas estão tendo, levando em conta a entrada na OMC. A Rússia teve um crescimento na agricultura nos últimos anos, tornando-se um exportador de grãos e conseguindo altas taxas de crescimento nos setores de carne de frango e suína. Putin disse, entretanto, que a produção de carne bovina e de leite continua problemática. Ele disse que as importações de leite em pó têm golpeado a indústria e também que a produção de leite, de 31,7 milhões de toneladas em 2011, não se recuperou ainda do nível de 1990, de 55,7 milhões de toneladas.

“Tenho certeza de que temos todas as possibilidades de saturar o mercado com nossa própria produção. Assim como fizemos com a carne de frango”, disse ele, pedindo uma cooperação maior entre produtores e firmas processadoras.

O primeiro vice-Primeiro Ministro, Viktor Zubkov, que administra o setor agrícola, disse que a Rússia está visando cortar as importações de 27% da carne consumida para 15% nos próximos anos. “Temos sérias reservas para aumentar a produção de carne bovina”, disse ele. “O nicho de mercado para esse produto está basicamente livre”. Zubkov também pediu a criação de padrões nacionais para a carne bovina visando reduzir as importações de carne bovina de alta qualidade de países como Estados Unidos e Canadá. O crescimento acelerado na produção pecuária implica que mais grãos para alimentação animal serão consumidos domesticamente, reduzindo a oferta excedente para exportações.

Ao mesmo tempo, um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) previu que a Rússia manterá sua posição de maior importador mundial de carne bovina em 2012, com os volumes devendo aumentar 1%, para 1,06 milhões de toneladas. O volume da cota sujeita a tarifa de importação permanece sem mudanças em 2012, com uma quantidade significante de novo devendo ser importada acima da cota.

A Rússia continua tendo restrições a certas plantas frigoríficas do Brasil, reduzindo significantemente as importações do país. Um embargo a algumas plantas brasileiras em maio de 2011 significou que ao final de novembro, somente 84 plantas das 249 originalmente licenciadas pelo Rosselkhoznadzor podiam vender carne sem restrições à Rússia. Isso teve um impacto significante nas exportações brasileiras à Rússia em 2011, com as exportações caindo de 33.854 toneladas em maio para 11.051 toneladas em setembro.

Fornecedores alternativos à Rússia deverão se beneficiar das contínuas restrições à carne bovina brasileira e do redirecionamento do produto brasileiro a outros mercados, principalmente Oriente Médio e seu próprio mercado doméstico. A Austrália exportou 54.088 toneladas para a Rússia em 2011, tornando esse país o quarto maior mercado de exportação de carne australiana atrás do Japão, Estados Unidos e Coreia.

A reportagem é do site Cattlenetwork.com e do MLA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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