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Sadia ainda tem problemas com exposição cambial

As perdas da Sadia com operações financeiras cambiais irão continuar, mesmo depois do prejuízo anunciado de R$ 777,4 milhões no trimestre. A empresa ainda tem exposição cambial de US$ 2,4 bilhões. O valor equivale a um ano de exportação e não a seis meses, como fixa política da empresa.

As perdas da Sadia com operações financeiras cambiais irão continuar, mesmo depois do prejuízo anunciado de R$ 777,4 milhões no trimestre. A empresa ainda tem exposição cambial de US$ 2,4 bilhões. O valor equivale a um ano de exportação e não a seis meses, como fixa política da empresa.

Se todos os contratos tivessem sido quitados em 30 de setembro, eles representariam perdas adicionais de R$ 630,2 milhões. Porém, a empresa fez outras projeções. Caso o dólar feche cotado a R$ 2,20 à época dos vencimentos dos contratos, a perda adicional poderá chegar a R$ 1 bilhão. Se o dólar estiver a R$ 1,95, a perda será de R$ 491 milhões.

A notícia de que a Sadia continua descumprindo as regras de sua política financeira – e que tampouco há prazo fixado para voltar a atendê-la- irritou os analistas presentes ontem à reunião da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) com a empresa. “Queria entender quando vamos ver da Sadia uma política de exposição a risco em que possamos confiar”, afirmou Juliana Rozenbaum, analista do Unibanco.

Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração, afirmou que a redução da exposição cambial é uma meta sólida e perseguida. Segundo ele, levará até dez meses – o prazo do vencimento dos contratos – para que toda a dívida seja quitada. Welson Teixeira Júnior, diretor de relações com investidores, no entanto, informou que hoje venceriam US$ 500 milhões em contratos, reduzindo consideravelmente o tamanho da exposição.

Segundo Furlan, “o ajuste instantâneo, na turbulência, teria resultado em prejuízos definitivos e no sangramento do caixa.” Ele completou que com a estratégia adotada, a empresa permaneceu com caixa líquido, adimplente e os danos foram menores. “Estamos desfazendo posições e abertos à negociação”, diz ele. “Conforme o comportamento do mercado, muitas vezes o lado mais forte se enfraquece.”

A Sadia prevê que suas exportações gerem caixa, no período de vencimento dos contratos cambiais. “Se não fosse a alavancagem agressiva, o impacto positivo da receita maior com exportações seria muito mais forte”, afirmou Rozenbaum.

As operações da Sadia também resultaram em endividamento maior. Ontem, as ações com direito a voto caíram quase 10%.

A matéria é de Cristiane Barbieri, publicada na Folha de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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