Especialistas projetaram que, em 30 anos, o número de pessoas no planeta chegará a 9 bilhões. Este número é preocupante devido ao crescimento da demanda por recursos naturais. A população mundial ultrapassou a marca de 7 bilhões de pessoas em 2011.
A produção eficiente de alimentos se tornará crítica, mas os alimentos podem não ser a questão mais importante. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que o rápido aumento das populações urbanas, especialmente as populações de favelas, desafia a qualidade da saúde. A agência citou superlotação, falta de água potável e sistemas sanitários impróprios como fatores primários que contribuirão para problemas entre a população urbana. As favelas frequentemente se tornam origem de doenças como tuberculose, dengue, pneumonia e cólera.
À medida que a população global expande, a maioria do crescimento será em áreas urbanas, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo Worldwatch Institute, sugerindo um crescimento populacional adicional em áreas de favelas e mais problemas de saúde. O autor do estudo, Grant Potter, disse que a população urbana mundial deverá crescer em 2,6 bilhões de pessoas entre 2011 e 2050, trazendo o número de pessoas urbanas para 6,3 bilhões. Isso é preocupante para os países em desenvolvimento, onde vive atualmente 82% da população mundial.
Os países emergentes são menos urbanizados do que o mundo industrial, ainda que os países em desenvolvimento contenham um número estimado de 1,54 bilhão de pessoas a mais. Estudos sobre crescimento populacional, entretanto, sugerem que as cidades emergentes teriam 2,45 bilhões de pessoas a mais até 2050, enquanto as cidades no mundo industrial teriam apenas 170 milhões de pessoas a mais.
O mundo industrializado tem pouco espaço para o aumento da urbanização: tinha 78% de urbanização em 2011 e, até 2050, espera-se que esse número suba para 86%. Em comparação, o mundo em desenvolvimento tinha somente 47% de áreas urbanizadas em 2011, uma participação que poderá alcançar 64% em 2050.
O Worldwatch Institute disse que entre os países emergentes a maioria do crescimento urbano deverá ocorrer na Ásia e na África. A Ásia supera a África no total de população, com 4,2 bilhões de pessoas em 2011 comparado com 1 bilhão na África. Porém, estas regiões também são as menos urbanizadas do Planeta: a população da Ásia tinha 45% de urbanização em 2011 e a da África apenas 40%. Na América Latina e Caribe, em contraste, 78% da região com 599 milhões de pessoas vivem nas cidades.
Uma característica da urbanização na Ásia é a prevalência de “megacidades” que abrigam mais de 10 milhões de pessoas. Em 2011, existiam 23 dessas cidades no mundo, 13 delas na Ásia. Até 2025, o número total de megacidades deverá alcançar 37 – com 21 sendo na Ásia. O Sudeste da Ásia é a região mais densamente habitada no continente, com aproximadamente 16,5 mil pessoas por quilômetro quadrado (comparado com somente 4,3 mil pessoas por quilômetro quadrado na Europa em 2000).
Potter disse que as cidades, especialmente no mundo em desenvolvimento, precisam encontrar formas de fornecer serviços essenciais para suas populações que crescem cada vez mais. Quando as cidades não cumprem essas necessidades essenciais em grande escala, criam favelas, onde as famílias tipicamente não têm água segura para consumir, saneamento seguro, um espaço para viver ou a segurança de um aluguel.
De acordo com o UN HABITAT, 828 milhões de pessoas nas cidades dos países em desenvolvimento são consideradas moradores de favelas – um em cada três. As populações das favelas deverão crescer de forma significante e a UN HABITAT projeta que 6 milhões a mais de pessoas passam a morar em favelas a cada ano.
A OMS identifica o rápido crescimento das populações urbanas, especialmente as populações de favelas, como o problema mais importante a afetando a saúde no século XXI. Além de doenças como tuberculose, dengue, pneumonia e cólera, os moradores de favelas contraem muito mais doenças relacionadas à água e doenças respiratórias do que as pessoas que moram nas áreas rurais.
Leia mais sobre esse estudo populacional do Worldwatch Institute.
A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.