Seca custou US$ 2,2 bilhões à indústria agropecuária da Califórnia

Mais de 80% da Califórnia está em condições extremas de seca, de acordo com os últimos dados do relatório Drought Monitor, dos Estados Unidos. Não há expectativa de melhora na seca até o final de outubro, à medida que as previsões de um El Niño intenso diminuem.

A indústria agropecuária da Califórnia está sendo intensamente afetada pela seca. Um novo estudo, divulgado na semana passada, citou um alto preço da seca no Estado, dizendo que essa custou à indústria um valor estimado de US$ 2,2 bilhões e deixou cerca de 17.000 trabalhadores agrícolas sem trabalho nesse ano.

Os cientistas alertam que o pior pode ainda não ter passado. A seca poderá durar por mais vários anos, mesmo com a chegada do El Niño.

“Estatisticamente, a seca provavelmente continuará em 2015 – independentemente das condições do El Niño. Uma contínua seca também aumentará a vulnerabilidade da agricultura, à medida que os usuários urbanos com ofertas muito adequadas em 2014 provavelmente comprarão água de áreas agrícolas”, diz o estudo.

O climatologista, Brian Fuchs, do Centro Nacional para Mitigação da Seca da Universidade de Nebraska, concorda que a seca não parará tão fácil. Ele disse que a prolongada seca na Califórnia significa que será “mais difícil quebrar o ciclo”, assim como ocorreu em regiões de Oklahoma e em todo o Estado do Texas, que vêm lutando com a seca desde 2010.

Mais anos secos em 2015 e 2016 poderiam acabar aumentando os custos da produção agrícola em Central Valley em um valor estimado de US$ 1 bilhão anualmente.

As perdas financeiras poderão levar à necessidade de construir novos reservatórios no Estado. Propostas anteriores à expansão da infraestrutura de água têm sido recebidas com oposição por grupos ambientais e outros grupos.

“Uma das coisas mais tristes das perdas causadas pela seca é que elas poderiam ter sido prevenidas”, disse o presidente da California Farm Bureau Federation, Paul Wenger.

Richard Howitt, da Universidade da Califórnia,Davis, professor emérito de agricultura e recursos econômicos, disse que está na hora de os produtores tomarem a liderança no manejo das águas subterrâneas para irrigar colheitas e sustentar a indústria agrícola do Estado. “Minha mensagem aos produtores é tratar as águas subterrâneas como você trata sua conta de aposentadoria. Saiba quanta água há nele e o quão rápido está sendo usada”.

Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.