Ciência, mercados e políticas agrícolas
21 de março de 2005
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23 de março de 2005

Seca prejudica pecuária de corte gaúcha

A estiagem que castiga o Rio Grande do Sul há cerca de três meses e a má qualidade das pastagens no verão, período de engorda do gado para, com reservas de calorias, enfrentar os pastos ruins do outono e do inverno, pode prejudicar o futuro da pecuária de corte do estado, com redução na natalidade, no peso do rebanho e nas exportações.

Devem ocorrer: 1) uma quebra na natalidade de 20% do gado bovino (cerca de 625 mil bezerros deixarão de nascer em razão da estiagem); 2) diminuição dos abates pelos próximos dois anos; 3) perda entre dez e 15 quilos em média no peso dos bezerros e 4) queda nas exportações.

O Frigorífico Mercosul, um dos mais importantes do estado (com cinco unidades), por exemplo, já conta com uma diminuição de 30% nas suas vendas externas.

O presidente da comissão de pecuária de corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Fernando Adauto, aponta vários motivos para prever um aumento nos prejuízos, que já chegam a R$ 678 milhões, apenas em relação à comercialização de curto prazo.

O que coloca o estado em destaque no setor é o consumo. São produzidas cerca de 600 mil toneladas/ano de carne bovina e consumidas a mesma quantidade, o que representa consumo de 60 quilos per capita.

As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias beneficiaram as pastagens cultivadas e nativas, mas não foram suficientes para superar os prejuízos.

Os pecuaristas já adotam algumas alternativas em relação à estiagem e ao pasto precário no inverno: alguns começam a aproveitar resíduos da lavoura de arroz para a formação do feno, outros vendem gado antecipadamente aos frigoríficos para aproveitar o peso ainda alto, o prejuízo é de cerca de 30%.

Fonte: Folha de S.Paulo (por Léo Gerchmann), adaptado por Equipe BeefPoint

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