“É verdade que a rastreabilidade é complicada, gera custos, é operacionalmente complexa e tem um suporte pesado, (…) mas a diferenciação é uma necessidade que temos que busca de forma permanente”, disse Marcelo Secco, CEO da Marfrig para o Cone Sul, depois de ser questionado sobre os benefícios da rastreabilidade para competir nos mercados internacionais.
O empresário explicou que este sistema “é uma estratégia para o país que continuaria defendendo (…), porque em várias ocasiões nos levaram a arrancar os cabelos nos Estados Unidos e na China, por exemplo; são argumentos que são colocados sobre a mesa e valorizados”. Ele acrescentou que, atualmente, “nós sabemos o que custa o sistema, mas não sabemos é o que aconteceria sem ele”.
Secco destacou que o Uruguai tem a necessidade de vender ao exterior cerca de 80% da carne produzida; de cada 100 animais que são abatidos, 80 são exportados; portanto, “a diferenciação permanece uma necessidade que nós procuramos” e a rastreabilidade permitiu “gerar negócios de diferenciação, como o Never Ever, que o Brasil não tem, mas que significam negócios pequenos que não abrangem todos os animais do país” .
“A pecuária do Uruguai tem muitos deveres de acessos, (…) mas o Uruguai conta com uma carta a mais que pode defender, além de ser um país pequeno, dominável e sanitariamente estável, que é ter alguns atributos tais como permitir a identificação individual que permite garantias adicionais “, disse Secco. Devido a isso, ele aconselhou “a pensar a partir do sistema e operadores para simplificar o quanto possível o sistema sem perder o grau de garantia que ele fornece”.
Para isso, o CEO da Marfrig disse que é uma “luta de todos os dias e muito desafiadora, mas é a tarefa que temos para defender essas 1.800.000 cabeças que são exportadas todos os anos”.
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.