Reconhecido em maio deste ano como zona livre de febre aftosa sem vacinação, o Rio Grande do Sul conta agora com um seguro pecuário para casos de perdas no rebanho bovino por causa da doença. Anunciado como inédito no Brasil e no mundo, o mecanismo vai oferecer proteção aos 273 mil pecuaristas gaúchos e indenizar prejuízos de até R$ 315 milhões com eventuais ocorrências no Estado.
O seguro foi assinado ontem entre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e a seguradora Fairfax, na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Com ele, o produtor gaúcho está protegido para o caso de ocorrência de febre aftosa, com a necessidade de indenização pelo abate sanitário. O valor do prêmio, que será pago anualmente pelo Fundesa à seguradora, é de R$ 3,98 milhões, sem custos adicionais aos pecuaristas. A franquia é de R$ 15 milhões e o valor segurado, de R$ 300 milhões.
Segundo Ricardo Sassi, representante da Fairfax, o cálculo para o valor do seguro levou em conta diversos fatores, como o georreferenciamento de propriedades e a qualidade do trabalho de defesa agropecuária do Estado.
“Primeiro fiscal”
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou a importância de o produtor comunicar qualquer suspeita de doença. “O seguro vai contribuir para que o produtor, que é o primeiro fiscal, tenha a tranquilidade necessária para agir com rapidez e chamar a autoridade sanitária para fazer o diagnóstico”, afirmou, em nota.
O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, falou sobre as mudanças de cenário desde 2001, quando houve o último foco no estado. “É uma condição totalmente diferente que temos hoje, com um serviço veterinário oficial preparado e estrutura para um rápido diagnóstico e ação para a contenção de eventuais focos”.
Fonte: Valor Econômico.