Para presidente da ABNP, os produtores, em diversas regiões do País, são carentes de informação
O I Seminário Nacional de Produção de Carne Bovina de Qualidade, promovido pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e realizado pela ABNP (Associação Brasileira do Novilho Precoce), encerrado na semana passada, em Gurupi, TO, após ter percorrido 14 cidades brasileiras, reunindo um total de três mil pecuaristas, reforçou, segundo Constantino Ajimasto Jr., presidente da ABNP, a necessidade de trabalhos de extensão rural, “principalmente nas cidades-pólo de pecuária em nível estadual”.
Entre essas cidades, Ajimasto Jr. Citou Porangatu, GO, Montes Claros, MG, Ji-Paraná, RO, e Araguaína, TO. “Na platéia, encontramos desde o produtor que tem tecnologia e é formador de opinião, até o pequeno e médio produtor que é carente de informação”, comentou, dizendo que o conhecimento básico sobre a atividade ainda não chegou a todos os produtores.
A desinformação encontra no fator cultural um aliado, na opinião do presidente da ABNP. “Em Redenção, PA, um rapaz, engenheiro agrônomo, que trabalha com o pai na propriedade, relatou que há cinco anos disse que seria bom fazer inseminação artificial e seu pai não aceitava. Eles adotaram a prática há um ano e meio e a taxa de natalidade praticamente dobrou. Está aí a necessidade da informação e da mudança”, relatou.
Em todas as cidades onde o Seminário foi realizado, Ajimasto Jr. disse que o nível de participação foi grande e que uma grande preocupação, um foco para futuras ações, é a sanidade. “Passamos essa preocupação para o ministro da Agricultura. As agências, as secretarias estaduais dependem de recursos federais. O seminário deixou como marco esse foco”, observou, comentando que é preciso abrir os olhos para o comportamento de alguns produtores referente à vacinação, o qual pode prejudicar todo o esforço das agências.
O presidente da Associação considerou que, em 2004, há lugares aos quais será preciso voltar e outros aonde o evento deverá ir. “Só não podemos parar. É um trabalho de formiguinha. De um público de 150 pessoas em cada seminário, podemos passar para um de 300”, animou, destacando que a ABNP realizará reuniões para chamar todas as associações de raças a participar, começando pela divulgação.
O I Seminário percorreu, de 24 de outubro a 11 de dezembro, as cidades de Mirassol, SP; Goiânia, GO; Porangatu, GO; Campo Grande, MS; Cuiabá, MT; Londrina, PR; Porto Alegre, RS; Araguaína, TO; Redenção, PA; Rio Branco, AC; Ji-Paraná, RO; Montes Claros, MG; Salvador, BA; e Gurupi, TO. O objetivo foi levar informação e orientar o produtor para que ele possa aplicar na prática as técnicas adequadas que devem ser utilizadas no processo até se chegar obter a tão sonhada carne de qualidade ao consumidor final.
Cada Seminário contou com cinco palestrantes para abordar temas referentes ao mercado da carne bovina com qualidade; impacto da nutrição na produção; estratégias para o uso adequado dos recursos genéticos; políticas governamentais para ações de vigilância e defesa sanitária da bovinocultura; e etapas do processo de agregação de valor da carne e do couro bovino.
O Seminário Nacional teve o apoio da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária), ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), SIC (Serviço de Informação da Carne), Anapecc (Associação Nacional dos Fabricantes de Carne e Couro de Qualidade), Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), CICB (Centro da Indústria de Curtumes do Brasil), secretarias estaduais de Agricultura, federações de Agricultura dos estados participantes e associações regionais de novilho precoce.
Fonte: Mirna Tonus, da Equipe BeefPoint
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O MAPA fez um excelente trabalho.
É preciso voltar a Salvador-BA para fortalecer esta linha de trabalho.
Grato
Trata-se de um trabalho de grande importância para a nossa região que enfrenta graves problemas, como a seca, e muitos dos produtores são carentes de informação.