O Senado dos Estados Unidos aprovou ontem, por 64 votos a 35, a nova lei agrícola, a Farm Bill, que aumenta em cerca de 80% os subsídios aos produtores rurais. Ela fora aprovada pela Câmara dos Deputados na quinta-feira da semana passada. O presidente George W. Bush prometeu sancionar a lei assim que ela fosse votada pelo Congresso. O Brasil, a União Européia e outros países têm criticado os subsídios americanos, alegando que eles prejudicam o livre comércio.
A lei garante um rendimento mais estável para os produtores norte-americanos ao aumentar os subsídios para grãos (entre eles, a soja) e algodão, que tradicionalmente dominam os programas federais para a agricultura, restabelecer a ajuda para a lã e o mel e ao criar subsídios para leite, amendoim, lentilha e ervilha. Ela dá também um aumento de 80% nos gastos com programas de conservação de terra que vão beneficiar criadores de animais e produtores de frutas e verduras. Historicamente esses setores recebem pouco dinheiro do governo.
A nova lei deveria custar cerca de US$ 170 bilhões nos próximos dez anos, mas a queda nos preços de vários produtos agrícolas deve provocar um aumento no valor dos subsídios. Calcula-se que os gastos podem atingir US$ 190 bilhões.
Senadores republicanos tentaram reanimar a oposição observando que o custo estimado do projeto subiu 15% esta semana, em relação à previsão de um ano atrás, argumentando que a medida provocará excedentes de produção e poderá infringir acordos comerciais. Entretanto, os próprios adversários do projeto admitem que há apoio suficiente para enviar a medida, típica deste ano eleitoral, a Bush, que já disse que a sancionará.
Fonte: O Estado de São Paulo e Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint