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28 de maio de 2002
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3 de junho de 2002

Setores de couro e de calçados vão ter crédito

Os setores coureiro-calçadistas de Mato Grosso e de Goiás poderão ter linhas de financiamento para a produção de couro com maior valor agregado visando à exportação. A intenção do governo federal é disponibilizar recursos para a instalação de indústrias de calçados e curtumes na região e também para o desenvolvimento de pesquisas na área. A proposta da criação de um programa de agregação do valor para o setor foi anunciada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Sérgio Amaral. Em dez dias, o setor de couros reúne-se em Brasília para detalhar o programa.

O objetivo do programa é aumentar as exportações de couro industrializado. No ano passado, dos 17,2 milhões de couros comercializados com o exterior, apenas 2,2 milhões foram de produto acabado. Assim como o setor cafeeiro, o de couro terá recursos do Fundo Verde Amarelo e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o melhor processamento do produto. Apenas o Fundo Verde Amarelo dispõe de R$ 80 milhões para diversos projetos. O valor a ser utilizado pelo setor coureiro-calçadista ainda será definido.

Outros investimentos

O ministro Sérgio Amaral disse que poderiam ser utilizados recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a instalação de indústrias calçadistas e curtumes na região do cerrado. Hoje, quase todo o couro de Mato Grosso precisa ser enviado para o Rio Grande do Sul para ser curtido. O estado produz por ano quatro milhões de peles.

O Mato Grosso já possui um programa de incentivo ao setor. “Temos impostos progressivos à medida que há maior valor agregado”, afirma o secretário estadual adjunto de Indústria, Comércio e Mineração, Ari Wocjk. O Pró-Couro faz a renúncia fiscal de 30% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o wet blue, 65% para o semi-acabado e 80% para o acabado.

Parte deste valor (7%) é destinado ao Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial, que é utilizado para a pesquisa e a qualificação da mão-de-obra.

Está nos planos do governo federal também trazer técnicos da Itália para treinar os profissionais de Mato Grosso no processamento de couro. Roberto Gianetti da Fonseca, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) informa que o programa de apoio ao setor de couros, anunciado em Mato Grosso, faz parte de um plano mais global do governo de aumentar as exportações do produto acabado, iniciado há dois anos com a taxação das exportações do wet blue em 9%. Estão nos planos do governo também a formação de mão-de-obra qualificada e de novos empreendedores nos pólos da Bahia, Ceará, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

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