A solução tornaria públicos, porém, dados sigilosos dos pecuaristas aos frigoríficos, como o tamanho dos rebanhos e o estoque de bois gordos de cada um. "Assim, eles vão saber dados de mercado que não podem circular na mão de todo mundo, como o estoque de boi gordo no país inteiro, porque é confidencial. Aí, vira uma manipulação de preços total", afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).
Modificado e combatido por pecuaristas e frigoríficos em diversas ocasiões desde 2002, o Sisbov enfrenta, porém, uma pendência final, que será debatida pelos agentes da cadeia produtiva na próxima semana. Os produtores querem livrar-se do ônus da leitura dos brincos de identificação dos animais no momento do embarque para o abate.
“É fácil. O produtor gera uma planilha com os dados do rebanho e repassa aos frigoríficos, que fazem a conferência na entrada para o abate”, diz o diretor de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, Paulo Nogueira.
A solução tornaria públicos, porém, dados sigilosos dos pecuaristas aos frigoríficos, como o tamanho dos rebanhos e o estoque de bois gordos de cada um. “Assim, eles vão saber dados de mercado que não podem circular na mão de todo mundo, como o estoque de boi gordo no país inteiro, porque é confidencial. Aí, vira uma manipulação de preços total”, afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).
Uma saída em estudo, que será debatida pela cadeia produtiva, seria deixar a conferência dos brincos para as empresas certificadoras. Assim, o frigorífico teria, com antecedência e pela internet, informações sobre se determinado boi está ou não no Sisbov.
O governo não tem objeções. “Essas são relações de mercado entre as partes. O ministério vai apenas auditar o sistema e as certificadoras periodicamente”, diz a coordenadora do Sistema de Rastreabilidade, Cláudia Inês Lima.
As informações são do jornal Valor Econômico.
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Senhores,
É uma solução relativamente simples, mas que exige do produtor disciplina, organização e interação com a certificadora que resolve o problema.
Creio que todas certificadoras credenciadas estejam preparadas para atenderem essa nova situação.
Nagato Nakashima
Médico Veterinário
Consultor
Responsável Técnico da Certificadora SICBOVBRASIL
Prezados Srs.,
Com um pouco de experiência em rastreabilidade na parte da indústria, acho que uma boa solução seria, realmente, o próprio produtor nos enviar um relatório dos animais que está mandando. Mas esse relatório seria idêntico ao Sumário de Animais Abatidos, um documento oficial com a relação dos animais que o produtor está enviando para abate, com nome do proprietário, propriedade, município, nº Sisbov, sexo e idade dos animais, que poderia ser gerado pela Internet.
Isso ainda ajudaria a evitar as desclassificações no abate, pois o produtor pediria uma GTA em conformidade com o que está descrito neste relatório, não causando divergência entre os dois.
Realmente, o sistema hoje é muito oneroso, tanto para o pecuarista, como para o frigorífico. Tomara que venham novas, e desta vez, eficientes mudanças!
Sisbov!!! Fazer ou não fazer? E como?
Realmente uma novela desde a sua tentativa de implantação.
O mapa como organismo oficial deveria definir de um vez por todas as normas, não é possível que no Brasil não tenha uma opção viável de controle do rebanho já que o mercado comprador vem exigindo essa novela cria um descrédito junto a toda comunidade. Vamos acabar com essa novela.
As vantagens que um bom sistema de rastreabilidade proporciona são inúmeras, a começar pela valorização da carne no mercado. Além disso, o pecuarista que adota um controle completo e rigoroso do rebanho consegue gerenciar melhor a fazenda, pois ele passa a saber as exatas condições de cada animal e seu desempenho em relação ao restante do rebanho.
Que produtor quer manter um animal que não esteja ganhando o peso esperado? Sob o ponto de vista administrativo, saber exatamente o que cada animal rende é sinônimo de lucro. Aí entra a importância da rastreabilidade, com o registro do dia-a-dia dos animais.
A partir de 01 de dezembro de 2006, entrou em vigor o Novo Sisbov.
Principais mudanças:
1. A propriedade tem que ser aprovada e cadastrada como Estabelecimento Rural Aprovado (ERA) no MAPA.
2. A adesão ao novo SISBOV pelo produtor é voluntária.
3. Para ser um estabelecimento aprovado (ERA), o produtor necessita do seguinte:
· Inventario de animais registrados na Unidade Veterinária local.
· Termo de adesão ao Novo SISBOV.
· Cadastro do produtor
· Cadastro da propriedade
· Protocolo básico de produção
· Registro de insumos utilizados na propriedade
· Todos (100%) os bovinos e bubalinos da propriedade identificados individualmente (este número de cabeças deve ser igual ao comunicado na Casa da Agricultura )
4. A Propriedade deverá contratar uma única certificadora para rastrear seus animais.
5. As visitas obrigatórias na propriedade ( Fazendas ) serão a cada 180 dias, e no caso de confinamentos ( Boitéis ) a cada 60 dias enquanto houver animais em terminação.
6. O produtor tem até 31 de dezembro de 2007 para se adequar à nova legislação e comercializar todos os seus animais rastreados pela Normativa antiga, quando então todos os animais que restarem do sistema antigo perderão sua rastreabilidade.
7. Em 31 de dezembro de 2007 serão revogadas todas as IN antigas sobre rastreabilidade.
8. O animal que entrar num Estabelecimento Rural Aprovado (ERA), terá que ser identificado no momento da entrada.
9. O estabelecimento ERA que vender animais para propriedade não ERA, perderá sua rastreabilidade.
10. O estabelecimento não ERA poderá vender animais para propriedade ERA até 31 de dezembro de 2008.
11. A partir de 01 de janeiro de 2009, uma propriedade ERA somente poderá adquirir animais de outra propriedade ERA.
12. O produtor deverá rastrear os animais nascidos em propriedade ERA no máximo com 10 meses de idade e antes da primeira movimentação.
Trabalhando já há algum tempo com rastreabilidade, tenho identificado vários problemas de ordem prática na aplicação do processo como um todo, principalmente na hora da leitura dos brincos, mas o que eu gostaria de colocar é que estou de pleno acordo com o produtor Christiano Justos Neto, pois o Mapa que cordena este programa vinha mudando as regras nos últimos três anos de maneira até porque não dizer irresponsável, causando vários problemas de credibilidade para técnicos produtores e frigoríficos, esperamos que daqui para frente possamos trabalhar com a certeza de que as exigências colocadas por este órgão sejam cumpridas e cobradas de forma definitiva.
Já quanto ao fato da indústria saber o estoque do produtor no campo e com isso manipular preço, vejo com cautela, pois vejamos: a indústria de suínos ou frango sabe há muito tempo e com bastante exatidão quantos animais estão alojados em seus produtores, e bastaram os problemas sanitários com a gripe aviária e a aftosa e os mercados saírem da compra para os preços despencarem, e logo que estes mesmos mercados voltaram a comprar os preços reagiram de maneira significativa, portanto creio que o nosso problema maior está em conquistar novos mercados, aumentar volumes dos existentes e aí por diante.
Gostaria sinceramente de ver todo o rebanho ao menos do meu estado, RS, rastreado, pois é o que o melhor mercado esta exigindo.