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Startup busca aporte para aplicativo que ‘lê’ focinho de boi

Aplicativo faz reconhecimento de focinhos de gado — Foto: MUU Agrotech/Divulgação

A startup brasileira MUU Agrotech está se preparando para lançar no mercado um aplicativo para pecuaristas rastrearem bovinos por meio de biometria facial, ou seja, que identifica os animais por meio de seus focinhos, únicos para cada cabeça. Para isso, prepara uma captação de R$ 15 milhões com investidores interessados em entrar em seu capital.

A empresa pretende oferecer 10% de suas ações para investidores. O valor esperado implica um valuation estimado pela MUU Agrotech em R$ 150 milhões. A empresa planeja realizar uma rodada de captação até agosto.

Esse deve ser o mesmo mês em que a startup quer apresentar ao mercado a versão final de seu aplicativo, diz Eduardo Pipole, fundador da MUU. Segundo ele, para o pleno funcionamento da plataforma, a equipe da startup deve passar de 20 para 45 funcionários.

A tecnologia está em fase final de testes em fazendas parceiras. Uma delas é a Sino Agropecuária, localizada em Uberaba (MG), e especializada em melhoramento genético de animais Nelore. Lá, 1.300 bois passam diariamente pelo reconhecimento facial, além do armazenamento de dados como sua origem genética, histórico de saúde, o tipo de manejo, dieta, fazendas pelas quais os animais passaram e a criação adotada.

E é colocando o aplicativo na mão do produtor que a startup vem aprimorando a plataforma. “Eles trouxeram problemas a serem corrigidos, como iluminação e focinhos sujos, que a equipe [da startup] não é capaz de identificar sozinha”, exemplifica.

As soluções digitais em rastreabilidade individual dos animais vêm ganhando força conforme aumenta a pressão internacional por dados de sanidade e por uma cadeia de carne livre de desmate.

Outra startup que aposta em um sistema similar de reconhecimento de focinhos é a Databoi. A startup também desenvolveu uma tecnologia para garantir que a carne não seja resultado de desmatamentos para criação de bois.

O tema está em discussão inclusive no Ministério da Agricultura, que criou um grupo de trabalho para ajudar a definir uma política de rastreabilidade individualizada de bovinos. A Pasta quer alcançar de 30% a 50% de animais rastreados até 2026. A princípio, a iniciativa tem como fim o controle sanitário do rebanho.

No aplicativo da MUU Agrotech, basta o produtor fotografar o focinho do animal, que logo é “lido” por um algoritmo. Os produtos oriundos daquele animal poderão apresentar um QR Code, que fornecerá acesso a um banco de dados com as informações do boi.

A biometria da MUU Agrotech não terá custo ao produtor. A startup ganha dinheiro na ponte entre vendedor e comprador de gado e de material genético, com uma porcentagem sobre as vendas em seu marketplace de produtos rastreados pela companhia. “Com a MUU, você colhe o sêmen do seu animal, disponibiliza no nosso marketplace e nós entregamos a carga ao comprador”, diz. A startup fatura sobre o animal vendido, o subproduto e o serviço prestado.

Pipole, que vive em Londres, conta que seu negócio foi gerado a partir de uma “dor” sua. Após ir ao mercado comprar carne e só encontrar produtos “passados”, ele percebeu que não havia informações sobre as peças, muito menos sobre os animais.

O empresário decidiu então desenvolver um negócio de rastreabilidade. Ele desenvolve o programa desde 2021, e fundou a MUU em 2023. Meses depois da invenção, investidores-anjo o procuraram e viabilizaram o aplicativo. Ele não revela o valor aportado.

Fonte: Globo Rural.

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