As suspeitas de contaminação do gado paranaense com febre aftosa – que só serão confirmadas ou afastadas amanhã – devem derrubar quase pela metade o volume a ser exportado em novembro pelo terminal Ponta do Félix, em Antonina (90 quilômetros de Curitiba). Até setembro, o porto privado enviava ao exterior, em média, 25 mil toneladas mensais de carne resfriada (bovina e de aves). Para este mês, segundo o diretor presidente do terminal, Juarez Moraes e Silva, estão programadas apenas 14 mil toneladas. Dos nove navios que normalmente atracam no terminal, apenas quatro estão confirmados para os próximos 30 dias.
Os principais destinos dos refrigerados que embarcam em Antonina, segundo Silva, são a Rússia e países do Leste Europeu. “Não há embargo oficial por parte destes países. Mas percebemos que os exportadores estão apenas cumprindo contratos já fechados e postergando o que é possível”, disse.
A diminuição do volume, segundo Silva, foi sentida apenas agora em novembro. “No mês passado, quando as suspeitas chegaram ao conhecimento dos produtores e compradores, os embarques já estavam programados e foram efetivados”. Porém, o presidente teme que a crise se estenda por muito tempo. “Não há previsão. Ainda não estamos no fundo do poço, mas os próximos meses são imprevisíveis”.
Clientes
Entre as principais empresas que exportam via Ponta do Félix estão a Sadia, o frigorífico Minerva e a cooperativa catarinense Aurora, uma das maiores do país. A direção da Sadia confirmou a redução do envio de cargas através da Ponta do Félix. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, uma pequena parcela (não quantificada) das suas exportações deixou de usar o porto e está sendo feita em outros terminais do país.
O gerente de logística da Minerva, Luis Ricardo Alves Luz, disse que a empresa vinha exportando 9 mil toneladas por mês pela Ponta do Félix. Para novembro, o volume previsto é de 4 mil toneladas. “Durante todo o ano, exportamos para a Rússia. Reduzimos a produção nas fábricas e a exportação pelo terminal devido à interrupção de alguns contratos (para países da União Européia, por exemplo)”.
A cooperativa Aurora informou que mantém inalterado seu volume de produtos exportados porque, segundo a assessoria da empresa, toda a produção é feita em Santa Catarina.
Outra parte da carga refrigerada exportada pelo Paraná sai do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Segundo a assessoria de imprensa, a crise da aftosa ainda não teve reflexos na movimentação de cargas da companhia.
Fonte: Gazeta do Povo/PR (por Cinthia Scheffer), adaptado por Equipe BeefPoint