O imposto de 9% sobre as exportações do couro pré-curtido tipo “wet blue” será reavaliado numa reunião técnica do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Couros e Calçados antes do fim deste ano. A decisão foi tomada ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, a pedido de industriais, pecuaristas e parte dos curtumes contrários à taxação. Eles pediam a suspensão temporária do imposto, em vigor desde novembro de 2000. O couro salgado também paga 9%.
Na reunião com o ministro, parte dos representantes da cadeia produtiva argumentou que a decisão sobre a taxação não havia passado pelo crivo do fórum. Disseram ainda que o aumento de 73% das exportações até agosto de produtos com maior valor agregado – o principal argumento para a taxação – ocorreu em razão de embarques “mascarados” do próprio “wet blue” e não de couros semi-acabados e acabados.
Os opositores do imposto apresentaram dados que mostrariam um aumento de apenas 2% nas exportações de couro acabado. A diferença, segundo participantes da reunião, seria de couro “mascarado”. De 3 milhões de peças, apenas 1,8 milhão seriam de semi-acabado. De janeiro a agosto, a Secex apontou retração de 4% nos embarques de “wet blue” e aumento de 56% no couro salgado.
O preço médio do couro salgado caiu 40% desde o ano passado.Isso explicaria o benefício apenas às indústrias compradoras de matéria-prima do Sul do país. Segundo o presidente do Fórum de Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antenor Nogueira, os pequenos e médios curtumes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste estariam no prejuízo.
Fonte: Valor Online (por Mauro Zanatta), adaptado por Equipe BeefPoint