A valorização do dólar frente ao real não provocará modificações expressivas nas exportações de produtos agropecuários na avaliação de representantes do setor, mesmo com o dólar cotado a R$ 3. Para o consultor da MB Associados, Fábio Silveira, a escalada do dólar ocorre há um bom tempo, o que já vinha estimulando as exportações. “O dólar a R$ 2,6 já beneficia muito a exportação.” Alguns traders, no entanto, informam que a forte oscilação da moeda prejudica o fechamento de negócios ao mercado externo.
Os principais produtos agropecuários, soja em grão, carnes bovina e de frango, açúcar e café, deverão crescer cerca de 0,5% este ano e movimentar algo em torno de US$ 8,94 bilhões. No ano passado, estes produtos proporcionaram uma receita de US$ 8,9 bilhões, segundo dados da MB Associados. Os destaques ficam por conta da soja e das carnes que deverão registrar aumento de 6% e 8%, respectivamente. Já o café e o açúcar deverão recuar 4% e 12%, prevê a consultoria.
No caso da soja, o aumento é explicado pela elevação dos preços externos, em torno de 30% neste ano, além da maior safra colhida. As indústrias de carnes prevêem ligeiro aumento nos volumes embarcados, mas as cotações internacionais também favorecem. Segundo a MB Associados, as receitas com soja em grão movimentarão US$ 2,9 bilhões, em relação aos US$ 2,73 bilhões de 2001. As carnes de frango e bovina devem totalizar US$ 2,76 bilhões, ante as US$ 2,55 bilhões do período anterior.
Os embarques de café deverão aumentar muito nos próximos meses, por conta da entrada da safra recorde. Para o diretor do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), Eduardo Carvalhaes, os embarques deverão atingir cerca de dois milhões de sacas de 60 quilos/mês nos próximos meses.
A queda na receita é motivada pela redução dos preços internacionais. Segundo previsão da MB Associados, a movimentação com café atingirá US$ 1,28 bilhão, em relação à receita de US$ 1,34 bilhão obtida em 2001.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Paulo Soares), adaptado por Equipe BeefPoint