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Tenha vontade de mudar e de trabalhar! E agradeça por ser um fazendeiro! – Luis Felipe Moura [Prêmio BeefPoint Sul]

No dia 4 de abril, será realizado o BeefSummit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O BeefSummit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o BeefSummit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença e têm paixão pela pecuária de corte no Sul do Brasil com o Prêmio BeefPoint Edição Sul. Há vários finalistas, em 13 categorias diferentes.

O público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Conheça Luis Felipe Moura Pinto,  finalista na categoria Liderança Nova Geração (até 45 anos).

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Luis Felipe Moura Pinto é engenheiro agrônomo e mestre em Ciência Animal e Pastagens formado pela ESALQ USP. Trabalha com seleção de gado Angus, com genética e produção de novilhos para o programa de Carne Angus Certificada. Desempenha na pecuária gaúcha um trabalho com inovação tecnológica de ponta, com irrigação de campo nativo, seleção por marcadores moleculares, etc.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na pecuária do Sul do Brasil, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Sul 2014?

Luis Felipe Moura: Acredito que foi por ter implementado novas ferramentas tecnológicas dentro do sistema de produção pecuária do Rio Grande do Sul, especialmente o uso de irrigação por pivô central em áreas de pastagens de campo nativo.

BeefPoint:  Em sua opinião qual o papel de um líder pecuário?

Luis Felipe Moura: Um líder deve implementar, usar e difundir novas técnicas e conceitos dentro de um local, região onde os sistemas estabelecidos podem ser alterados para melhoria dos índices produtivos.

BeefPoint: Quais as principais diferenças, como maneiras de pensar e agir de um líder da nova geração (até 45 anos), comparado a um líder pecuário com mais de 45 anos?

Luis Felipe Moura: Não vejo muita diferença até porque o mais novo irá acabar sendo o mais velho. O importante independente da idade é a capacidade de formar opinião, conceitos e mostrar que a atividade pode ser alterada a qualquer momento, que deve melhorar a cada ciclo e competir com qualquer outra atividade.

BeefPoint: O que vem te trazendo mais resultados em sua atividade?

Luis Felipe Moura: O aumento dos índices produtivos causam grande impacto dentro do resultado, mas o maior impacto – principalmente no RS –  é a elevação das taxas de lotação. Existe uma grande oportunidade de incremento neste sentido e os pecuaristas devem atentar para isso.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Luis Felipe Moura: Fiquei tempo demais exposto a vulnerabilidade causada pelas alterações do clima, especialmente nos períodos de seca. Atualmente podemos controlar mais um pouco estas variáveis e isso ajuda a fazer um melhor planejamento forrageiro da fazenda.

BeefPoint: O que você considera mais importante na pecuária?

Luis Felipe Moura: A velocidade dos resultados. A diminuição do tempo de retorno de cada categoria utilizada como fonte de renda. Devemos focar mais no entendimento de índices que geram resultados efetivos e que trazem impacto imediato para a avaliação da atividade.

Por exemplo: todo mundo sabe qual o índice de prenhez de suas vacas, mas poucos sabem o intervalo entre partos da mesma vacada. Qual índice no mostra realmente o que vamos gerar de receita? Esse é um pequeno exemplo a que me refiro.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária do Sul do Brasil hoje?

Luis Felipe Moura: O desafio aqui é o mesmo desafio do resto do Brasil. Poder ter uma pecuária que possa competir com lucratividade igual as obtidas pela agricultura.

Temos um potencial enorme e ferramentas que ajudam nisso, para nós ambas competem em mesmo nível de igualdade, mas é preciso tratar a pecuária, o pasto, enfim, tudo como se fosse uma lavoura. Assim a coisa muda.

BeefPoint: Qual inovação na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando inovar?

Luis Felipe Moura: Certamente o que mudou a pecuária nos últimos anos foi a técnica de IATF (inseminação artificial por tempo fixo). Vacas de fazendas que não possuíam esquema de melhoramento genético, agora com o uso de sêmen de touros melhoradores não possuem mais esta desculpa.

O número de vacas inseminadas aumentou muito, a qualidade dos bezerros também e os resultados reprodutivos devem seguir ao longo do tempo o mesmo sentido. Agora estamos precisando nos envolver mais com questões sanitárias, melhorar nossos controles de zoonoses.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2014? E por quê?

Luis Felipe Moura: Estabelecer mais áreas irrigadas e usar mais espécies de plantas forrageiras que se adaptam muito bem à região, assim como as leguminosas. Focar também mais no tempo de retorno das categorias que temos que comercializar.

Ambas as ações são determinantes para o aumento ainda mais do desfrute da fazenda. Devemos encurtar o nosso tempo de retorno em termos de vendas. Categorias que passam mais de um ano para serem realizadas ocupam o espaço dentro do hotel, e é aí que começa a ficar cara a brincadeira.

BeefPoint: Qual o exemplo de líder pecuário no Sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Luis Felipe Moura: Eu sempre admirei e vou seguir admirando o Dr. Eduardo Linhares da GAP Genética. Grande amigo e espelho de vida e de conduta dentro de uma empresa rural. Pessoas como ele são poucas e ao conversar com ele tenho que ter em mãos uma caneta e um bloco de papel. Temos que escrever o que o homem diz.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Luis Felipe Moura: A família precisa envolver os filhos desde pequenos dentro do mundo rural. Eles são o potencial de continuidade do processo de renovação. Esse é sem dúvida umas das coisas que tenho em mente.

Fazemos para os filhos e esperamos mais pra frente que façam por eles e depois para os filhos deles…e assim a coisa anda. Podem não querer, mas têm que dar uma ajudinha desde cedo.

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Luis Felipe Moura: Devemos acreditar na atividade e mudar os índices de produtividade. Se não se pensa assim, se existe o conceito de que outra atividade remunera mais, se sempre existe insatisfação por motivos internos da fazenda, acho melhor que é melhor vender a propriedade. Viver outra vida.

Agora se existe o entendimento do contexto todo, se existe a vontade de mudar e principalmente de trabalhar….então faça isso e agradeça a Deus por ser um fazendeiro.

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Veja outra entrevista de Luis Felipe para o BeefPoint:

A formação de crianças e jovens na agropecuária melhora a possibilidade de envolvimento com o campo – Felipe Moura

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Assista ao vídeo sobre o BeefSummit Sul

1 Comment

  1. Claudio Morcelli disse:

    Grande reportagem que leva as pessoas a ficar nas fazendas e trabalhar com as atividades mais saudáveis que a produção de proteína animal mais preciosa. Claudio Morcelli 28/12/2014.

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