Indústria da carne bovina dos EUA vê alguns lados positivos com a entrada em vigor das tarifas recíprocas
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Tensões comerciais entre China e EUA abrem espaço para oportunidades ao Brasil

A recente escalada na guerra tarifária entre China e Estados Unidos está provocando impactos significativos no mercado agropecuário global, com possíveis reflexos positivos para o Brasil. A análise é de Lygia Pimentel, especialista da Agrifatto, que comentou os desdobramentos das novas tarifas impostas pelos dois países no Instagram da empresa.

Na madrugada desta quarta-feira, a China anunciou a aplicação de tarifas adicionais de 34% sobre produtos agropecuários norte-americanos. A resposta imediata foi sentida nas bolsas de commodities: os contratos futuros de boi gordo, milho e soja recuaram fortemente na Bolsa de Chicago. No Brasil, os futuros também registraram queda, porém de forma mais moderada, o que contribuiu para um aumento dos prêmios.

Segundo Lygia, o cenário sinaliza uma provável redução nos embarques de produtos dos EUA para a China, o que pode abrir espaço para outros fornecedores, como Brasil e Austrália. “No caso da carne, muito provavelmente a China buscará esse produto majoritariamente na Austrália”, disse. Ela lembra que os Estados Unidos não conseguiram renovar as habilitações de seus frigoríficos para exportar à China, o que dificulta ainda mais a participação norte-americana nesse mercado.

Apesar da preferência pela carne australiana, Lygia destaca que “quando a maré sobe, todos os barcos vão junto”, o que indica que o Brasil também pode se beneficiar dessa realocação comercial, tanto no setor de carnes quanto de grãos. “A necessidade da China em relação ao mercado brasileiro fica muito mais fortalecida”, completa.

Além disso, no dia 2 de abril, os Estados Unidos anunciaram tarifas recíprocas para diversos países. A China foi a mais impactada, com 32% de tarifa de importação. A União Europeia enfrentará 20%, enquanto o Brasil ficou com a menor alíquota, de 10%.

Lygia avalia que, no caso específico da carne bovina brasileira, o impacto será limitado. “Não haverá grande impacto, já que a gente fica na alíquota mínima e já estabelecida. E no extra-cota, provavelmente, continuaremos com 20%, 22%”, explicou.

Com esse novo rearranjo comercial, o Brasil pode ganhar espaço como fornecedor estratégico em um cenário global cada vez mais competitivo e instável.

Fonte: Agrifatto.

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